A concisão e a auto-suficiência não são qualidades acessíveis a todos. E isso torna-se por vezes mais difícil ainda quando falamos de um criador que leva já dez anos de frutífera produção musical. Felizmente, Dave Longstreth é dono e senhor de ambas particularidades e faz questão de as usar com precisão e bom-gosto novo disco de Dirty Projectors.
Swing Lo Magellan é provavelmente o disco mais conciso de Dirty Projectors ,e ao mesmo, aquele com a palete estilística mais ampla de sempre. Desde a electrónica de “The Socialites” até à folk rasteira de “Swing Lo Magellan”, passando pelo rock directo e ruidoso de “Offspring Are Blank” há todo um mundo de possibilidades. Swing Lo Magellan nunca é igual de audição para audição; tem uma elasticidade fora do normal.
Com duas mãos cheias de canções, Swing Lo Magellan tem verdadeiras pérolas. “About to die”, com a electrónica pingue-pongue e impressionantes pizzicatos, é a primeira; “Gun Has No Trigger”, com percussão esparsa e um mar de vozes, é a segunda; “Maybe That Was It”, com as suas guitarras-como-punhais, é a terceira. Não esquecer as palavras de Dave Longstreth que levam as canções para outro patamar totalmente diferente. Resumindo: uma enorme vitória para os Dirty Projectors.