A partir de hoje Husky já não é apenas uma raça de cães fofinhos. É também o nome de uma banda de canções fofinhas. Felizmente o quarteto australiano que se aqui se estreia – e logo com selo da Sub Pop - não é apenas isso. Forever So, apesar de não ser propriamente um disco surpreendente, é uma espécie de contrato-promessa para o que pode aí vir num futuro próximo.
Vamos a estatísticas: Forever So é um disco de inspiração (80%), no sentido em que se pode perceber muito facilmente o local onde os Husky foram beber (Grizzly Bear e Sufjan Stevens surgem assim de repente à cabeça), e transpiração (20%), no sentido em que há aqui qualquer coisa genuinamente própria. E há sobretudo cuidado: nos arranjos, nos acabamentos, na decoração. Um cuidado por vezes meticuloso e de belo resultado.
Forever So parece um projecto de um arquitecto que abandonou a obra a meio e a passou para as mãos de outro, a quem coube terminar o trabalho. A estreia dos Husky começou nas mãos de outro autor e terminou nas mãos dos próprios. Quando os Husky forem arquitectos da sua própria obra, quem sabe o que poderá daqui sair. Por enquanto ficam na cabeça algumas canções sólidas e refinadas, num disco de estreia simpático e suavemente prometedor.