É impossível – ou pelo menos muito difícil - ouvir Overgrown Path e não pensar nos melhores momentos dos Deerhoof. O que faz todo o sentido, não tivesse Chris Cohen militado na referida banda durante um longo período de tempo. Mas felizmente há mais no seu disco de estreia a solo do que a mera reflexão dos Deerhoof, ou até de Ariel Pink’s Haunted Graffiti ou Cass McCombs, com quem se apresentou regularmente ao vivo.
Overgrown Path é o somatório de tudo o que Chris Cohen aprendeu nos últimos anos. Com a matéria que recolheu em todas as suas colaborações, juntou nestas nove canções memórias de alguma da melhor pop dos anos 70, o melhor do soft rock, melodias sonhadoras e uma pitada de psicadelismo. Tudo regado com o bom gosto suficiente para convencer do início ao fim.
A canção que melhor pode ilustrar o sucesso destas orientações é sem dúvida alguma “Caller No.99”, uma pequena maravilha que flutua em toda a sua intemporalidade com guitarras-aguarela, baixos pulsantes e batidas vindas de paradeiros desconhecidos. Mas há em Overgrown Path um enorme mar de motivos para mergulhar de cabeça. Nem é preciso colocar um pé na água primeiro.