O punk está morto. O punk está vivo. O punk é uma atitude. O punk é um género musical. O punk é um movimento iniciado nos finais dos anos setenta. O punk é pós, é hardcore, é horroroso, é anarca, é dançável, é cigano, é de garagem, é proto-, é pop, é synth. O punk são os Sex Pistols, Black Flag, Circle Jerks. O punk são canções de meio minuto ou experiências com mais de dez. O punk são três acordes e a verdade.
De todos as formas de o definir, a melhor continua a ser o punk é um cadáver a apodrecer, mas esta não é a altura de se falar de bootlegs manhosas dos Napalm Death e sim do novo disco dos OFF!, a banda mais recente do lendário Keith Morris, que quase a fazer sessenta anos continua a demonstrar - ou a tentar demonstrar - que essa coisa nascida ali em Londres ou no CBGB's, ainda não se sabe bem, é para durar.
OFF! sucede a First Four EPs, disco de 2010, e é mais do mesmo, e o mesmo é bom: canções curtas, agressivas, tocadas rapidamente como se traga uma mini, dezasseis minutos de mosh e slam dancing e de um par de All Stars no ar que já conheceu melhores dias (o punk é a benção da Converse: basta um concerto para arruinar um par e lá teremos nós de ir comprar outro para não perder a cred). A haver aqui destaques seriam "I Got News For You", "Cracked", "Vaporized" e "I Want One", mas, repetimos, são dezasseis minutos: é para ouvir tudo. Gente que não tenha paciência para ouvir isto repetidamente ao longo de uma tarde provavelmente não conhece o significado de "diversão".