Nestes digas agitados que correm, dois minutos e cinquenta e quatro segundos é muito tempo. Dá tempo para ler um bom livro durante dois minutos e cinquenta e quatro segundos, dá tempo para ver dois minutos e cinquenta e quatro segundos de um bom filme ou para ter uma boa conversa de dois minutos e cinquenta e quatro segundos. Enfim, um sem número de possibilidades.
Dois minutos e cinquenta e quatro segundos é também tempo suficiente para se perceber que o disco de estreia de Colette e Hannah Thurlow é um tiro ao lado – e às vezes até um tiro no pé. 2:54 mostra duas mãos cheias de canções comandadas por guitarras calculistamente lancinantes, mergulhadas em territórios sombrios de outros tempos, ligeiramente anacrónicas e demasiadamente derivativas.
“Scarlet†é o exemplo mais gritante da falta de ideias, sÃmbolo doloroso de um disco sem salvação possÃvel, sinal óbvio de que este barco precisa de novas ideias para evitar futuros afundamentos. E rápido. Ou então pensar em mudar de barco sem arrependimentos, porque nestas coisas quem se agarra demasiado a uma ideia sem futuro à s vezes passa a vida a tentar compensar os erros do passado.