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Tennis Young And Old

2012
Fat Possum Records


Ainda há quem ouça Tennis em 2012, ou já sucumbiram às garras afiadas do fim do hype? Independentemente da resposta, Young And Old continua a dar-nos motivos para apreciar com moderação o casalinho indie e o seu pop-rock de inspiração surf. Cape Dory pode ter uma história mais bonita por detrás da sua criação - uma viagem de veleiro que durou sete meses - mas esta segunda aventura musical tem, sem dúvida, melhores canções.

Young And Old não se afigura como uma mudança demasiado radical no som dos Tennis; continuam a acenar aos anos 60 e a dedicar-se a esse estado mental que é a praia, mas já não soam tão roufenhos quanto soavam anteriormente. A ênfase continua a ser nas melodias docinhas e na voz-igual-a-todas-as-outras-bandas-indie-da-moda de Alaina Moore, mas com um outro nível - notório - na produção, sendo de observar que tem o dedo de Patrick Carney, homem que sabe uma ou outra coisa no que toca a compôr maravilhas pop (é dos "seus" Black Keys a melhor canção que não acabou em nenhum top de 2011).

Assim sendo: é pop plástica com outro nome? É. Sabe-nos bem ouvi-la? Claro. Vamos esquecê-la mais cedo do que aquilo que fazemos crer? Absolutamente. Mas, pedindo desculpas pela linguagem, que se foda: canções como "Origins", "High Road" e "Robin" soam sempre bem, venham de onde vierem, originalíssimas ou não. E Young And Old soará sempre bem, este ano, no próximo, até o hype morrer ou os wayfarers deixarem de estar na moda. O que provavelmente significa nunca.


Paulo Cecílio
pauloandrececilio@gmail.com
09/04/2012


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