Phaedra não é apenas o nome do clássico dos clássicos dos Tangerine Dream, nem tão só a personagem da mitologia grega, filha de Minos e esposa de Teseus, que, imagine-se, caiu de amores pelo seu enteado. É também o nome que Ingvild Langgård a norueguesa escolheu para ser casa das suas canções no seu disco de estreia de uma prometida trilogia.
O coração de The Sea é a voz de Ingvild LanggÃ¥rd; é ela que bombeia sangue para uma instrumentação cuidada, refinadÃssima mas limitada sempre ao seu essencial. Há pianos, há guitarras, harmónios, arranjos de cordas, mas há sobretudo uma auto-suficiência que impressiona pela sua pureza e descrição. Um disco que prova a velha teoria que menos é muitas vezes mais.
The Sea é um disco que poderá ser apelidado de folk, se permitirmos toda a transversalidade e amplitude que a palavra “folk†autoriza. Mas não deixa de ser um disco de influências – temperatura e feições – nórdicas, quer na forma como no feitio. Um disco contÃnuo no seu interesse, perfeito na sua qualidade textural, arrebatador na sua beleza. Que venham o dois próximos capitulos desta anunciada trilogia.