Helplessness Blues é um dos mais belos discos de 2011. Uma beleza quase indiscutÃvel, se é que tal existe, ancorada em coisas simples e fáceis de gostar: arranjos certeiros (épicos mas só na dose e quantidade certas), vozes que não são deste mundo, melodias de sonho. Tudo isto – e muito mais – em canções com âncora firme nos anos 70, nas bandas de vozes, no folk rock. Canções certeiras, arco e flecha apontados ao coração.
Mais carregado e menos luminoso que o disco de estreia, Helplessness Blues é decididamente um passo em frente para os Fleet Foxes: na ambição, na qualidade textural das canções, no requinte da produção, na valorização do songwriting (mesmo que isso implique chegar lá por vias menos directas). Pode não parecer, mas o esmero estético de Helplessness Blues representa um salto considerável em relação ao disco de estreia da banda.
Motivos para ter Helplessness Blues em grande consideração? São doze, tantos quantos as canções neste disco. Dos redemoinhos melódicos e espirais de vozes de “Montezuma†à intensidade emocional da epopeia “The Shrine/An Argument†(onde cabem tantas músicas distintas), passando pela luminosidade upbeat de “Battery Kinzie†há uma lista infindável para gostar de Helplessness Blues. E nem é preciso ter gostado do primeiro disco para encontrar aqui um conjunto de canções de uma beleza intemporal.