“Excelso Oráculo do Bodyspace!”
“A que devo a tua visita, estimado escriba do Bodyspace?”
“Venho pedir-te que perdoes os Macacos do Chinês!”
“E que pecados cometeram eles para que, dizes tu, os deva perdoar?”
“Perdoa-lhes terem feito uma música de 8 minutos!”
“Porquê perdoar isso? A “Lázaro” é fantástica! É uma história bem contada, fluida, com piada, acção, drama, óptimos efeitos sonoros, nunca entra em devaneios indulgentes, e ainda tem um final drum n’bass que faz muito mais sentido do que aquele que a Bjork usou.”
“Perdoa-lhes continuarem a escrever baladas!”
“Se forem como a “Leva/Me” devem continuar a fazê-lo. Além dos excelentes dotes de MC do Skillaz serem um ritmo dentro do ritmo da música, a letra não tem nada de lamechas.”
“Perdoa-lhes usarem guitarra portuguesa e guitarra eléctrica, além dos samples e beats!”
“Não há mal nenhum em ser ambicioso, caro Bodyspacer. E a verdade é que eles têm uma percepção extremamente certeira de como e onde usar cada um dos elementos que descreveste. Repara no WUUUUUB do baixo de músicas como a “Sinestésico”. Não te dá vontade de sacudir o tronco tipo headbanging?”
“Perdoa-lhes usarem teclados trance!”
“Referes-te à “Espadas e Copas” com o Nástio Mosquito? É verdade que teclados trance dificilmente são perdoáveis. Mas quando o beat faz com que se chegue a um género de afro-trance, o positivo supera o negativo!”
“Perdoa-lhes terem feito uma sequência imbatível com os três primeiros temas!”
“É certo que a “Selva”, a “Sinestésico” e a “Dai-me Forças” são um conjunto bombástico, cheio de grandes rimas, flows e beats. Mas são coisas que acontecem, e há que dar-lhes mérito por terem feito uma abertura que prende logo a atenção. Que outra banda tens por cá que utilize dubstep, música africana, drum n’bass, rock, grime, hiphop e dub com esta precisão de encaixe?”
“Perdoa-lhes não usarem os talentos de MC do Skillaz tanto como deveriam!”
“Custa ouvir músicas em que um gajo que rima como aqueles tipos de Londres do grime não faz uso da sua cadência, não faz? Pode ser que tenham sentido que isso só não era o único demonstrativo das suas capacidades. De qualquer modo, ele ainda aparece bastantes vezes.”
“Perdoa-lhes terem convidado a...Lúcia Moniz para uma música!”
“Um bocado foleiro aquele refrão, realmente. É uma interessante tentativa de crossover, mas, tal como tu, caro Bodyspacer, sou da opinião que esse processo deve ocorrer fazendo uso dos talentos mais únicos e idiossincráticos das bandas.”
“Perdoa-lhes terem feito uma música kizomba!”
“Tás a brincar, não?”