Se Days tivesse de ser definido numa só palavra seria essa palavra seria “Coerênciaâ€. Se Days tivesse de ser definido em duas palavras essas palavras seriam “coerência†e “luminosoâ€. Days é o disco para agarrar o final de Verão eterno, feito de guitarras limpinhas e claras, um disco cheio de canções tão próximas umas das outras que parece um sonho. Tanta semelhança poderia ter resultado num disco aborrecido, mas aconteceu o contrário. Quando é que este doce zumbido sairá dos nossos ouvidos?
Days é, em tudo, um disco mais forte do que o homónimo de 2009. Em dois anos apenas, os Real Estate aprenderam a construir canções mais com mais sumo, mais substância, mais resistência ao tempo e ao passar do mesmo. Com os ensinamentos do indie rock clássico devidamente apreendidos, os Real Estate assinam um conjunto de canções que falam de tudo e de nada, mas onde há sempre, estranhamente, um ponto de contacto, espécie de espelho, espécie de verdade.
Sublinhar uma ou outra canção seria quase negar a coerência e a unidade deste disco. Não existem canções más em Days. Existe “apenas†duas mãos cheias de canções e um bolso cheio de sonhos. Do inÃcio ao fim, as guitarras resplandecentes e a voz queimada pelo sol de Martin Courtney cumprem todas as expectativas. Ao segundo disco, os Real Estate oferecem quase tudo o que se pode esperar de uma banda indie de guitarras pode oferecer em 2011: fun, fun, fun.