Começou algo timidamente e agora já tem os dois pés dentro da Asthmatic Kitty, casa de Sufjan Stevens ou My Brightest Diamond, entre outros. Com Sanguine e Florine Julianna Barwick plantou as sementes e agora colhe todos os frutos com The Magic Place, um disco que, acrescentando pouco ou nada em relação aos anteriores, cristaliza todas as suas intenções.
Como os discos anteriores, The Magic Place é um disco acapella. Minimal, feito de loops, de peito cheio. Há piano e outros instrumentos espalhados pelo terceiro disco da norte-americana, mas é a sua voz que dita todas as regras do jogo. E o jogo é de magia: 43 minutos de vocalizações cristalinas que resultam numa experiência imersiva e altamente recompensadora.
Quaisquer semelhanças com música sacra são meramente coincidentes, embora haja na música uma qualidade quase “religiosa†ou ritualista na música de Julianna Barwick. The Magic Place é sobretudo uma experiência imersiva – as nossas desculpas pela repetição da palavra. Uma espécie de amnésia do mundo real; uma excelente metáfora para os dias de incerteza que atravessamos.