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Ponytail Do Whatever You Want All The Time

2011
We Are Free


Tonturas, dores de cabeça, dislexia? Desequilíbrio, vertigens e cefaleias? Enxaqueca, enjoos e ansiedade? Acumulação excessiva de líquido cérebro espinal? Problemas na coluna e pescoço, espasmos? Rubor facial e perda de memória? Boca e garganta secas? Arritmia cardíaca e outros sintomas similares? Não deve ser motivo de preocupação. O mais certo é que o principal causador de tamanho alvoroço seja a exposição excessiva ao novo disco de Ponytail, Do Whatever You Want All The Time.

Como a melhor das montanhas russas, Do Whatever You Want All The Time é excitação ao dobrar da esquina por ser liquidificadora de riffs demenciais e barulho bom (a fazer lembrar os Deerhoof), catalisador de todas as energias que o rock fora dos formatos habituais consegue atrair para si mesmo. Uma voz, uma bateria, guitarras e todo um mundo de possibilidades a abrir-se perante os olhos mais esbugalhados. Porque dificilmente 2011 terá um disco de rock assim tão fresco e inesperado.

Nenhuma canção começa da mesma forma, nenhuma termina como começou – e no meio, o recheio, é sempre diferente. Basta dar alguma atenção à canção que abre o disco – “Easy Peasy†- para entender o que a casa gasta e entrar numa espiral de loucura que continua na faixa seguinte – “Flabbermouse†– e que, bem, só termina perto do minuto perto do 37 (que loucura que ali vai na “Honey Touchesâ€). Por isso fica o aviso: a entrar em Do Whatever You Want All The Time que seja de peito cheio. Pensar que em 2010 chegaram a anunciar uma espécie de hiato – que interromperam felizmente passado pouco tempo - quase corta a respiração.


André Gomes
andregomes@bodyspace.net
02/05/2011