Rock Alternativo ou Pop Alternativo, assim aparece classificada a música de Jeff Buckley na maior parte dos sites e revistas dedicados à música. No entanto, acho que não há classificação passÃvel de descrever o que passa das suas músicas, que conseguem esconder por trás da sua sonoridade algo de bucólico, uma agressividade musical que nos leva aos extremos.
Poderia falar do tanto que se especulou sobre a morte de Buckley (suicÃdio?), mas seria apenas continuar a falar do mito, esquecendo o homem por trás da música. Depois de intensas performances em palco, Buckley deixou-nos alguns temas brilhantes, que nos transportam ao forte mundo das sensações.
"Live a l'Olympia" foi gravado a partir de K7's originais, o que nos
levaria a pensar numa provável falta de qualidade em termos de som, mas tal não
acontece. Na pequena biografia que acompanha este álbum estão algumas palavras
de Buckley que descrevem o que ele sentiu ao tocar no Olympia "Such an honour,
just terrifying". E é assim com as músicas de Jeff Buckley, que conseguem
ser absolutamente intensas, explosivas, preenchendo cada milÃmetro de uma sala
com ritmos alucinantes (que não nos permitem ficar indiferentes, adorando ou detestando
o que ouvimos!) e, no minuto seguinte, um quase silêncio (a calma que se segue
à tempestade).
"Dream Brother" é, para mim, um dos melhores temas que povoam o imaginário
de quem ouve Buckley... "I feel afraid and I call your name/ I love your
voice and your dance insane/ I hear your words and I know your pain".
Escute-se, sinta-se, viva-se o álbum e sinta-se não a actuação de um cantor, mas sim a interpretação de um actor.