
Os Gala Drop são hoje uma banda abençoada pelas mil possibilidades de quem decidiu arriscar e progredir sem medo. Não é por acaso que surge ali em cima um gráfico da evolução da banda. Nos primórdios eram dois gajos agachados sobre pedais e maquinaria diversa, a idade dos polirritmos desencadeou-se com a entrada de um baterista (Afonso Simões) que os respira, e agora são um corpo perfeitamente erguido pela expansão conferida pela guitarra e os sintetizadores de Guilherme Gonçalves. Em 2010, são uma espécie de
Gala Dropus Overcoat Heatus.
O alto astral dos Gala Drop, numa altura em que parecem confortáveis na sua pele, estará também no casal de veraneantes ilustrado na capa do EP
Overcoat Heat. A imagem funciona bem como face para estas quatro músicas, que muito facilmente imaginaríamos com pouca roupa (como a nativa do primeiro álbum) e a caminhar de mãos dadas rumo a um mar feito de dub colorido, kraut, psicadélica, boogie e electrónicas do mundo, que os Gala Drop moldam a gosto. Bom gosto.
Em comparação com o álbum homónimo,
Overcoat Heat é mais assumido e alegre na sua missão de fazer dançar uma Lisboa por vezes entorpecida pelos seus complexos de careta. Neste EP, os Gala Drop renderam-se a um gosto sincero pelos ritmos de dança e é isso que faz com que “Rauze” e “IZOD” sejam fatais na vida que têm para dar às cinturas por esse mundo fora (o fogo da banda já é apreciado internacionalmente). "Holy Heads", pedaço quente do primeiro álbum, parece agora um rascunho do contágio que os Gala Drop conseguem com
Overcoat Heat.
‘Tá hot.