No paĂs do Biosphere ouve-se boa mĂşsica, disso nĂŁo há dĂşvidas. É nessa Noruega que Tore Torgrimsen e Stian Mathisen, jovens arquitectos sonoros de Drops of Color , vivem longe um do outro, um em Bergen, outro na (ainda) mais a norte Trondheim. Trabalham Ă sĂ©c. 21, agarrados aos computadores, enviando ideias, melodias, partes e cordas, um ao outro, por internet. E o mĂ©todo lá funciona. Neste consenso de ideias, surgiu uma folk-pop suave rica em duetos, com laivos de Kings of Convenience, mas ainda mais assumidamente Simon & Garfunkel que esses seus conterrâneos.
A estas influĂŞncias directĂssimas, juntam algumas pimentas noise a espaços, relembrando sobretudo no tema final, “Nowhere”, a sempre hip herança shoegazer de My Bloody Valentine e afins, infinitamente mais originais há duas dĂ©cadas atrás. Noutros temas, há tambĂ©m pitadas da fĂłrmula melĂłdica-mágica das sempre esquecidas bandas de final de oitentas e noventas da cada vez mais mĂtica Sarah Records. E tambĂ©m da fabulosa Slumberland Records, mais na moda agora graças aos The Pains of Being a True Heart e igualmente nĂŁo menos notável e carregada de grandes bandas desde os idos anos noventa.
E Ă© isso. Bem feitinho, bonitinho, com vozinhas impecáveizinhas sobre as melodiazinhas, o disquinho que atĂ© Ă© do verĂŁo do ano passado, pode nos seus curtinhos 35 minutinhos, ser uma opção refrescante para este verĂŁo que aĂ vem. Ideal se calhar para impressionar aquela turista escandinava de vestido ao xadrez sobre leggings, com Ăłculos Ray Ban e mapa na mĂŁo. “You know them? Really? Wow…”. Contudo, atenção: nada de novo e para cĂłpia pouco bem feita de grandes discozões esquecidos, há mais por aĂ, basta investigar.