Não é novidade nenhuma que, e nos últimos dois anos, temos assistido a um ressurgimento do rock. As edições sucedem-se a par das revelações. Bandas como The Strokes, Interpol e The Vines, entre outras, viram os seus discos de estreia bafejados pelo sucesso e, verdade seja dita, por arrasto a este movimento revitalizado. No entanto, já havia quem fizesse do rock a sua principal forma de expressão musical. Os The White Stripes estão incluÃdos neste grupo.
Se com “The White Stripes†e “De Stijl†a banda de Jack e Meg White deixava boas referências, em “White Blood Cells†comprovaram todo o seu talento para a composição de canções simples e arrojadas. “Elephantâ€, o trabalho mais recente, fez o duo saltar para os patamares do sucesso, pelo menos no Reino Unido, e a ver pelas páginas que o New Musical Express lhes dedica e a posição que ocupam na tabela de vendas.
Sobre as catorze canções de “Elephant†podemos afirmar que não trazem nada de novo. Aliás, os The White Stripes nem são uma grande banda, antes pelo contrário. São vulgares e bastante básicos. Então, o que têm de diferente? A simplicidade, a emoção e a capacidade para conferirem uma energia invulgar aos ritmos. Vivem de puros momentos de entrega à música e conseguem despertar-nos da terrÃvel apatia do quotidiano. Tocam com vontade e garra. Fazem-nos acreditar que o rock perdurará para sempre. E isso já é argumento suficiente para que gostemos deles.
Temas como “Seven Nation Armyâ€, “Hypnotize†ou “Girl, You Have No Faith In Medicine†são verdadeiras pérolas dentro do género, fazendo da guitarra o instrumento mais endiabrado e ilimitado nas suas capacidades para a construção de canções. Mas “Elephant†não é apenas um debitar de energia. É intimidade, sentimento e paixão, bem presentes em “I Just Don`t Know What To Do With Myselfâ€, “You´ve Got Her In Your Pocket†ou “I Want To Be The Boy To Warm Your Mother`s Heartâ€.
Para quem é amante de canções feitas de guitarras, cruas e envolventes, os The White Stripes são uma boa escolha. “Elephant†não é um álbum que ficará na história e, muito menos, mudará o que quer que seja na música. Porém, é um dos melhores discos rock que ouvimos nos últimos anos.