Há, no panorama nacional, um recente surto de compilações dos novos projectos que vĂŁo emergindo que Ă© assinalável, e Ă Bor Land tem cabido um papel de destaque nessa divulgação do que de melhor se vai fazendo de Norte a Sul do PaĂs. Looking For Stars, a terceira compilação dedicada ao explorar de novos talentos desta editora, depois das iniciais Looking for Something e Your Imagination, volta a recorrer ao inteligente formato da inaugural Looking for Something, mostrando trĂŞs temas por projecto num leque de cinco bandas. A oferta torna-se assim maior, o que permite um maior sentido opinativo acerca de todos os intervenientes. Igualmente semelhante voltam a ser os terrenos sonoros explorados: um rock essencialmente ambiental, o que tem levado ao aumento dessa linhagem de bandas entre as novas fornadas que se tĂŞm apresentado. AlĂ©m das caracterĂsticas anteriores, o aspecto gráfico cuidado volta a ser caracterĂstica sintomática, o que tem elevado o estatuto da editora.
Acerca de Old Jerusalem pouco haverá a acrescentar ao que aqui foi dito (ler texto sobre April), a não ser o facto de duas das músicas serem inéditas (“Rubies” e “Sleep and Dream”) e o facto de outra se apresentar sob novas roupagens mais acústicas. A guitarra continua a ser condição fundamental na música de Francisco Silva, desenhando figuras sonoras de enorme beleza que revelam um amadurecimento musical bastante proeminente.
Os Alla Polacca, justos vencedores do Festival 365 e TermĂłmetro Unplugged, apresentam outro do leque mais interessante do disco, evidenciando a confirmação daquilo que há muito se reconheceu. AmbiĂŞncias afáveis, das quais ressaltam estruturas melĂłdicas bem adubadas e respectivos arranjos de alicerce rĂtmico bem definido num rock plácido e cativante. Os trĂŞs temas apresentam-se num formato mais “canção” do que “Yougi Bear”, presente em “Your Imagination”, muito embora ainda longe dessa mesma rotulagem. Chamar-lhe “pĂłs-rock” será tambĂ©m algo pouco correcto e redutor, pelo que o “velhinho” rock continuará a ser o termo mais adequado.
E se Old Jerusalem e Alla Polacca são já confirmações, a presença dos Polaroid serve-se como a maior surpresa do disco, mostrando uma estrutura capaz de gerar um disco de qualidade prometedora. Apesar de uma busca de identidade ainda latente, os universos bucólicos de “Lowlands”, “G1” e “n.m.h.s” começam já a despertar atenções por entre quem se encontra atento aos novos valores que vão despertando.
Os seis temas que se seguem estavam já presentes nos trabalhos anteriores de Boiar e Abstrakt Circkle, pelo que nĂŁo apresenta nada de verdadeiramente estimulante ou novo. Nota de destaque para o apenas curioso “LuzĂadas” dos Boiar, algures entre o aparato circense a mĂşsica de desordem. NĂŁo será por acaso que já alguĂ©m descreveu estes dois Ăşltimos projectos como circus-freak: em cheio.