De surra, os Smix Smox Smux reavivam a vontade de estampar o nome de uma banda nas costas de um casaco gasto. Por arrasto, Eles São os Smix Smox Smux, o álbum de estreia do trio bracarense, provoca outros contágios: um par de escutas basta para que qualquer trapalhão se torne num ás da air guitar (guitarra imaginária) ao som de “malhas†como “UÃsqui†ou “Maçã†(Macieira?). Logo aà ficamos a saber o essencial: os Smix Smox Smux cunharam um disco indecentemente eficaz e irresistÃvel no arremesso de rock com biqueira pop aos ouvidos. O caminho até Braga volta a ser via sem retorno.
O segredo da fórmula nem é nada do outro mundo. Atalhando caminho, os Smix Smox Smux parecem aproveitar ao máximo o incentivo bem português de expressões como joguem à bola ou cala-te e fode. E esse brio (muito nortenho) é o que chega para alimentar os temas predilectos: heróis locais, o preço da cocaÃna (“Malinha†cheira as cinzas dos Jon Spencer Blues Explosion), a bebida (e a desgraça) e a nostalgia de 80. Todos são cantados num registo mais ou menos mitra, mais ou menos entregue ao deboche, mas sempre afiado e venenoso.
Depois disto, o terceiro parágrafo é oportuno para soltar as balas armazenadas no revólver das comparações. Sem disparar a matar, é possÃvel associar os Smix Smox Smox aos Q and not U de Power, aos Sebadoh de Bakesale (via “License to Confuse†ou “Rebound) e até mesmo aos Eagles of Death Metal (com este falsete, os Smix Smox Smux podiam ser os Bee Gees do Speed Metal).
É com discos assim que se cativa a militância rock de miúdas como aquelas que surgem na fronteira do primeiro minuto do vÃdeo que ilustra â€Toques Polifónicos". Se uma escuta caseira atiça desta maneira o diabo pop em cada um, imagine-se a ressaca que pode sobrar de uma noite na companhia desta pandilha. Eles são os Smix Smox Smux e nós somos pessoas bem mais felizes por isso.