Subvertendo o Sings the Blues, que dá tÃtulo a um número infinito de discos em que o crooner canta a tristeza, o quintento Bird Names decidiu dar voz aos browns. A troca de cor remete então para a “canção castanhaâ€, que, a partir de agora, podemos identificar pela sua amorfia lo-lo-fi e aparência de ritual vudu praticado por quem ganhou barba e apetite experimental lá na cidade (Chicago). Impera a lei do tudo pode acontecer, sendo que isso também atrai alguma estranheza gratuita, que gera muitas vezes apatia (a canção pode ser grosseira sem ser incompleta). Sings the Browns, o quinto disco oficial numa discografia obscura, intriga, mas nunca agarra.
Alguns temas mantêm até o amuo dos blues, embora, na sua forma natural, o brown simbolize a proliferação de ritmos africanos soltos e o escabeche próprio das primeiras vezes em que os putos brincam com barro e aguarelas. Dentro do mesmo espÃrito infantil, os Bird Names partem sempre do zero para reaprender a pop num molde de rascunho.
Parece paternalista referi-lo, mas os Bird Names são aprendizes de feiticeiro na arte da canção lançada em órbita de alienação, tal como são os Ponytail, num registo mais Dragon Ball Z (próximo dos Boredoms, como bem me avisaram). Podemos apenas arriscar o nome dos mestres que alumiam os Bird Names, na gestão que fazem do eco e da sujidade, mas algo me diz que esta rapaziada anda bem atenta à produtividade de Ariel Pink e dos Oh Sees (“Taxicabs and Bicycles†não engana ninguém no seu pastiche de Ariel Pink). Mesmo assim, ainda têm que comer muita alpista.