Em Painting Sky Together, Tomasz Bednarczyk reencaminha-nos atĂ© uma electrĂłnica de luz que trespassa a cobertura cinzenta que, Ă partida, associarĂamos ao meio de um artista oriundo da PolĂłnia. Assim acontecia no primeiro manifesto de entusiasmo estival, Summer Feelings, e assim volta a acontecer em Painting Sky Together: Tomasz Bednarczyk inverte o sentido subterrâneo do drone, apontando-o ao azul dos cĂ©us, e Ă© assim que um exercĂcio como “Agata’s Film” contribui para que o optimismo e ĂŞxtase deste segundo disco permaneçam constantemente ao nĂvel do sonho do polaco.
Tomasz Bednarczyk sonha a música como quem reconfigura a seu favor os melhores ensinamentos da electro-acústica japonesa de colectivos como os minamo, conhecidos pela arte de salientar o aspecto mais convidativo do glitch e outras agitações de texturas. Sempre que Bednarczyk recorre ao glitch, fá-lo com a intenção de criar um casulo de som efervescente e quente, que apetece tanto como o pijama mais estimado ou um voo em 1ª classe.
Habitualmente, cabe depois ao pianos (um magnifico Rhodes a conta-gotas, em “Freckled Cheeks”) serenar o disco quando este ameaça um derrame de ruĂdo branco ou o desequilĂbrio entre o yin melĂłdico e o yang feito de electrĂłnica mais rebelde. Esperamos que as estações continuem a sorrir a Tomasz Bernarczyk.