Skeletons and The Girl Faced Boys, Skeletons and The Kings Of All Cities, agora simplesmente Skeletons. Neste seu 3º álbum, são também apenas quatro elementos quando já chegaram a ser oito. Mas as reduções e economias ficam por aqui. Em termos de influências, estas continuam abundantes, quase tão numerosas como os ossos de um corpo.
E se por vezes nĂŁo resulta tĂŁo bem, sĂŁo tambĂ©m muitas as ocasiões em que resulta maravilhosamente. Matemáticas que nos enchem a cabeça em momentos de desconstrução pop com raĂz quadrada afro-beat que rivalizam com o melhor dos Dirty Projectors como em “The Things” ou “The Masks”. Há tambĂ©m jazz subtraĂdo a somas krautrock e multiplicações no-wave em faixas excelentes como “Boom! (Money!)” ou “Ripper Aka The Pillows”. Há o avant-funk algures numa regiĂŁo tentada e bem por Stereolab ou Money Mark no magnĂfico “Stepper Aka Work” tĂŁo gritantemente “ear friendly” que nĂŁo se entende atĂ© como nĂŁo se extravasa aĂ por rádios e MTV’s.
Se calhar, provavelmente, ou melhor, com certeza absoluta, ser “ear friendly” não chega para a música chegar aos “big bucks” dos discos de ouro e tal, ou seja, ao “money”. Prova disso é a última faixa, a deliciosa “Eleven (It’ll Rain), que começa perto, perto do que a careta Dave Matthews Band faz de melhor para gaúdio de milhões, mas ao mesmo tempo complicada, torcida, com um intermezzo agressivo e incompreensivo, a pedir chuva eléctrica, a caminho da esquizofrenia exótica final. Isto tudo junto afasta muitos ouvintes, até só restarem alguns. Mas quem fica, sorri recompensado.