Thuja é uma árvore conífera nativa da Ásia oriental e do Norte da América, geralmente designada de árvore da vida ou pinheiro de cemitério. À falta de palavras dignas que possam fazer jus aos pequenos mundos encerrados na banda de S. Francisco, socorro-me (que nem cobarde) na minha incapacidade verborreica de tal feito, de uma breve designação científica (optando por uma posição de conforto meramente factual), para daí tirar as necessárias ilações.
Atentando nas suas designações vulgares, e apesar da assimetria ser clara entre elas, não deixa também de indiciar como nas teorias de Lavosier, que o fim (morte) de algo alimentará o nascimento de outrem (vida), o que acaba por lhe conferir o carácter cíclico da dicotomia morte/vida. Daí que não seja de todo descabida uma relação de aprumo metafísico, (quase) directa entre o som e a planta, escondida nas elegias à natureza e do quarteto. As plantas fantasma de outros anos que habitam nos sons provenientes da guitarra, órgão, percussão e demais resquícios mais ou menos identificáveis do mundo circundante (pedras, vento), são novamente invocadas em seis faixas de suspensão nocturna e exaltação matinal. Nunca se concluindo, são antes pequenos polaroids de um acto de criação que parece surgir de forma natural, transmutando-se consoante o tempo que estas demoram a germinar, a respirar e entregar-se à morte, como é afinal de contas (e passe o óbvio) natural.
Três anos passados desde Pine Cone Temples seriam mais do que suficientes para pôr em causa a continuidade do projecto, mas Thuja apareceu, qual velho amigo que nos veio visitar, ou como o cheiro da terra aquando das primeiras chuvas de Outono (que teimamos em esquecer em tempos estivais) e tão mais reconfortante por isso.