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Yann Tiersen L'Absente

2001
EMI


Veio de França, poucos o conheciam antes da estreia de "O fabuloso Destino de Amélie", Yann Tiersen, de seu nome, apresenta-nos um álbum cheio de requinte e de pormenores que fazem deste disco uma obra soberba, com magníficas interpretações e grandes músicas.

É uma obra cheia de vida, com músicas extraordinariamente felizes e outras muitíssimo melancólicas, o que não faz deste álbum um disco para ouvir em determinadas alturas, mas sempre, sempre que se quer estar bem e gozar dos 12 temas que compõem o álbum.

Neil Hannon, Dominique A, Natacha Régnier, Lisa Germano e Tann Tiersen, não se limitam a cantar. Criam verdadeiras atmosferas nas músicas, de sentimentos e de paixões, que nos fazem sonhar e ouvir as músicas vezes sem conta. Quando se pensa que já se conhece todo o álbum encontra-se sempre algo novo, o que faz com que não seja nada monótono e difícil de ouvir, antes pelo contrário. É um daqueles discos pelos quais nos apaixonamos à primeira audição.

Poderíamos dizer que Tiersen contrói canções, mas fazendo isso estaríamos sempre a ser pouco rigorosos e injustos, isto porque as músicas são feitas com um brio e sentido do belo impressionante. As cores melódicas de Ãmelie colam-se aqui a ritmos e paisagens rurais de uma França profunda, alegre, e por vezes quase infantil.

Yann Tiersen consegue juntar neste disco um sem número de instrumentos, não frequentemente vistos em discos pop, desde acordeões a clarinetes e trompetes a contrabaixos (de sopro), o que muito se devo ao facto de Tiersen ter usado uma orquestra.

As composições que se aproximam mais de áreas como a World Music e Folk, nunca deixando mesmo assim de ser pop, conseguem deixar o mais "triste" dos ouvintes com um sorriso nos lábios.
E é por todas estas razões que é indispensável ouvir este álbum, um dos melhores que a França viu nascer no novo século. Não é para todos, não senhor, mas Yann Tiersen também não é qualquer um.


Tiago Gonçalves
tgoncalves@bodyspace.net
15/04/2002