Um imemorial saber oriental garante, sem lugar a dĂșvidas, que o mundo se divide em dois grupos de pessoas: aqueles que gostam de ouvir as palavras âmetalâ e âjazzâ na mesma frase e aqueles que nĂŁo gostam. Os Shining, colectivo norueguĂȘs que partilha membros com os Jaga Jazzist, parecem ter começado a fazer mĂșsica para destituir aquela ideia do grupo de ditos feitos. Grindstone, quarto tomo dos escandinavos, nĂŁo Ă© propriamente novidade no que a isso toca. Mas se em alguns temas as guitarras pesadas estĂŁo pejadas de numerosos riffs mais dominantemente presentes que os ambientes jazzĂsticos, se noutros a verve metaleira Ă© senhora de si , ainda outros hĂĄ onde a fusĂŁo se distribui em doses equitativas. Disperse-se âIn The Kingdom Of Kitsch You Will Be A Monsterâ e âMoonchild Mindgamesâ num longo conjunto de mĂșsicas aleatĂłrias, por exemplo, e dificilmente se perceberĂĄ que tĂȘm sangue de irmĂŁos. A cacofonia jazzĂstica, dissonante e cujos vozeios antevĂȘem ligeiras perturbaçÔes mentais, da segunda faixa mencionada, quase nada tĂȘm que ver com a primeira, que se constrĂłi a toque de torpedos e artilharia pesada. Refere-se, repetidas vezes, a coerĂȘncia de um ĂĄlbum como uma das suas maiores vĂ©rtebras e Grindstone, embora disfarce bem, tem tambĂ©m na sua multiplicidade uma coerĂȘncia Ă prova de bala.