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James Blackshaw Waking Into Sleep - Göteburg 27.05.06

2006
Kning Disk


Quem já teve a oportunidade de assistir a um concerto do britânico James Blackshaw sabe perfeitamente que a intensidade da sua actuação não é em nada inferior àquela que os seus discos ousaram captar. Munido de uma guitarra de 12 cordas, James Blackshaw é vencedor seja em que território for, e a Suécia não havia de ser excepção. A Kning Disk, uma editora de Gotemburgo, decidiu registar a passagem do guitarrista britânico pela cidade e mostrá-la ao mundo. fingerpicking, de gerações distintas. Este disco surge numa série de discos ao vivo da editora Kning Disk dedicada a uma temático que se auto-revela com os nomes dos autores: Steffen Basho-Junghans e Harris Newman.

O primeiro disco ao vivo de James Blackshaw, com o subtítulo Göteborg, 27.05.06 - é uma imaculada viagem por alguns dos melhores temas de James Blackshaw. “Sunshrineâ€, fruto dos momentos em que James Blackshaw era ainda anónimo, dá o pontapé de saída para uma sucessão de riffs e de flutuação de ambiências fechadas e abertas, cinzentas e coloridas. “Celeste Iâ€, do CD-R Celeste (o primeiro lançamento de James Blackshaw), é um dos melhores temas que James Blackshaw alguma vez escreveu. O britânico faz caminho servindo-se de um milhão de pequenos riffs e está em constante – e em rápido - movimento. A sua técnica na guitarra de 12 cordas brilha a cada canto.

Os dois últimos temas do concerto saltaram directamente de O True Believers, lançamento com selo da Important Records e com data de 2006. Foi neste disco que James Blackshaw publicou outra dos melhores temas que alguma vez assinou: “Transient Life in Twilightâ€. Aqui mostra-o em todo o seu esplendor. O tema de abertura de O True Believers tem qualquer coisa de Carlos Paredes no seu balançar inicial; algo possível tendo em conta que, diz-se, James Blackshaw tomou conta com o génio da guitarra portuguesa quando actuou em território nacional pela primeira vez. Reluz também em “Transient Life in Twilight†uma melancolia assinalável, natural em James Blackshaw, e impossível de não sentir mesmo quando o poder da sua execução é tão intenso.


André Gomes
andregomes@bodyspace.net
19/06/2007