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Matthew Herbert Score

2007
!K7 / Popstock


Por seu lado, o proficiente Matthew Herbert, homem capaz das mais invulgares arquitecturas sonoras, nunca escondeu o seu interesse pela composição de bandas sonoras. Os convites para escrita para o grande ecrã não foram regulares, mas houve convites que Herbert não desperdiçou. Juntando agora num único disco todos os temas criados desde Nicotine em 1997 até aos recentemente rejeitados de Manolete, o produtor britânico tem procurado para cada filme um tom caracterizador, independentemente de ser uma curta ou longa-metragem.

Nem todos os dias são dias de génio e Herbert também nem sempre faz valer os seus argumentos. Score sofre de problemas de carácter. Sofre de dualidades psicológicas que retiram o brilho ao pensamento. A qualidade da escrita mantém-se, mas não cativa. Os momentos big band estão uns furos abaixo de Goodbye Swingtime. A faceta mais experimentalista de Dr. Rockit acomoda-se ao piano e deixa cair o paradigma dramático da imagem. E por fim o próprio Matthew Herbert ignora o estilo de produção - coerente na grande maioria - que o tem caracterizado a ele e ao equipamento de estúdio, avançando de olhos fechados em direcção de terrenos pantanosos que ainda não domina com certeza. Scale (2006) mostrava um produtor abrangente mas integro. Score mostra uma amálgama de personalidades que não revelam a mística necessária para concluirmos que o disco não passa de um colectânea irregular e com poucos motivos de verdadeiro interesse dramático.


Rafael Santos
r_b_santos_world@hotmail.com
13/05/2007