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De joelhos em família
· 24 Set 2009 · 19:12 ·
O nome do festival - Joelheiras - é sugestivo e lembra a posição que muitos destes músicos adoptam durante os concertos: de joelhos, olhos postos numa miríade de pedais e outras aparelhos destinados a fazer prolongar o som, transformado, quase sempre, numa massa etérea, abstracta, cheia de texturas. Música eterna.

O Joelheiras, organizado pelo colectivo leiriense A9))), surge "pela necessidade premente de dar espaço a todas estas movimentações sem rede". E elas têm abundado – apesar de nos últimos tempos as coisas estarem menos mexidas (coisa que se lamenta) – na música portuguesa dos últimos anos. No ano passado, houve Antracite Metal Devaneio, Osso e Frango e este ano o elenco conta com muitos dos mesmos músicos.

Este sábado, 26 de Setembro, na Fonte Luminosa, em Leiria, a segunda edição do Joelheiras apresentará, a partir das 14h40, música pelo DJ Música Infinita (nome muito apropriado) e concertos de Stellar Om Source (projecto solitário da holandesa Chistelle Gualdi, aventureira da nova psicadelia, com interesse pelas propriedades cósmicas dos drones de teclados), PCF Moya (projecto solo de Rui Dâmaso, dos Frango, autor de explorações tanto oblíquas, quanto doces da guitarra eléctrica, a lembrar Loren Connors), Brisa Panaca (duo de música improvisada, ainda relativamente secreto, formado por Bruno Silva, membro dos Osso e Somália e colega no Bodyspace, e Vítor Lopes, outro Frango) e Robert Foster, personagem criada por Carlos Nascimento (Osso), algures entre a kosmische musik dos anos 1970 e a fixação recente do underground pelo embalo da new age.

Depois de Leiria, Chistelle Gualdi segue para o Porto, onde actuará no domingo, no Café Au Lait, às 19h00.

Eis um vídeo de PCF Moya com Manuel Gião na livraria lisboeta Trama, algures em 2008.

Pedro Rios
pedrosantosrios@gmail.com

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