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Topes Ilustres - Guilhermino Martins | Serrabulho / Blind & Lost Studios
· 29 Dez 2014 · 14:32 ·


Em 2014 descobri novas - e não tão novas - bandas, (re)confirmando a qualidade de "velhos" conhecidos.
 
Assim, sem grande discussão, o melhor álbum do ano é, a meu ver, Falling Home de Pain of Salvation. Não há "pai" para o Daniel Gildenlöw, ponto. A voz, a produção, as letras, a musicalidade! E é incrível a forma como as sucessivas mudanças na formação da banda sueca só a aprimoraram, ao invés de, como é norma, culminarem na descaracterização da sua sonoridade.
 
Depois, um dos discos que mais ouvi durante 2014 foi o hilariante All You Can Eat de Steel Panther. Degustar glam/sleazy hard rock e hair metal, com som actualizado, execução exímia e letras propositada e exageradamente recheadas de clichés do género, foi um deleite, que se repetiu vezes sem conta. Testem lá o clip da "Gloryhole" e vão perceber do que falo.
 
Em termos de descobertas, gostei muito do EP (Restauration) e do longa-duração (The Mountain - este já de 2013) de Haken, um grupo que anda ali pelo prog-moderno-sem-azeite da InsideOut e que, definitivamente, sabe criar canções. Ao vivo ainda estão verdinhos, mas é deixá-los ganhar rodagem em palco. Por outro lado, Deathtrip, com o seu Deep Drone Master, fez-me recordar porque é que o Aldrahn é um dos melhores vocalistas da música extrema e esta sua aliança ao guitarrista de Thine - vide In Therapy, de 2002 -, deu origem a um disco interessantíssimo. Não é o 666 International, mas é muito bom!
 
No capítulo avante-garde, Chrome Hoof (ok, o Chrome Black Gold já é de 2013, mas só este ano o pude ouvir), Manes (de regresso aos tempos do Vilosophe) e Solefald mantiveram o índice qualitativo bem alto.
 
O Ishraqiyun: Perichoresis confirmou os Secret Chiefs 3 como uma ilha (bem) isolada de tudo o resto - e em 2015 devem regressar cá! O tio Swanö não desiludiu com o Retribution, dos seus Nightingale e, a solo, o Thomas Gilles insiste em brilhar bem mais do que na sua banda principal.
 
Menção honrosa - pelo saudosimo, mas também pela qualidade do disco - para o regresso dos Body Count, com Manslaughter e para When Dreams Become Nightmares, dos Lethe, pela forma como junta com bom gosto duas sensibilidades aparentemente díspares.
 
Curiosamente, agora que releio o texto, apercebo-me que estou a sublinhar bandas sem grande hi(p)sterismo à volta, mas a verdade é que, mea culpa, eu (ainda) tento ouvir música apenas com os... ouvidos.
 
Já quanto a concertos, aproveitando as trinta apresentações ao vivo, fruto da promoção do primeiro álbum de Serrabulho, assisti a inúmeros festivais (SWR, em Barroselas, SMSF, em Beja; Milhões de Festa; 20 XX Vinte, entre tantos outros), mas o meu destaque vai para os concertos do Mike Watt e, principalmente, dos Guess What (um duo cativante!) no Club de Vila Real. Limpinho.
 
Para finalizar, o António pediu-me para apontar o ponto alto deste ano. Confesso que me senti ofendido, sabendo ele qual a minha banda favorita. Get the motherfucker on the phone!, direi.
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