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Recordações da Casa Amarela
· 02 Out 2014 · 14:48 ·


Surgiu através do esforço e do gosto de quatro indivíduos: Vítor Bruno Pereira, Rui Paulino Andrade e Nelson P. Ferreira a cargo dos drones, Mafalda Melim com o artwork. A Casa Amarela não é uma editora per se, antes um colectivo que agrega diversas propostas no campo da experimentação musical, sobretudo a mais noisey, havendo ligações à netlabel portuguesa Enough Records, pela qual saiu na última semana o split com Aires - de quem já por aqui se falou -, Rui P. Andrade e Earthly Beasts, e à grega Etched Traumas. O nome vem precisamente do filme que se evoca no título desta notícia: uma «casa metafórica, onde toda a criação e experiência é possível», conforme nos indica o próprio Aires. Esta Casa Amarela tem sede em Lisboa, tendo a sua formação tido início há cerca de dois anos, ao longo dos quais foram dando a conhecer diversos projectos, sendo de salientar: a toada quase industrial, subaquática, de espécie de deus, projecto de Nelson Ferreira, o drone apocalíptico de AVOIDANT, as colaborações salutares entre o primeiro e Rui Andrade - especialmente White Mother -, as texturas noise de verão pop e o poder de fogo de Shikabala, acabado de editar Calor Do Deserto, disco (e projecto) que nada tem a ver com o jogador do Sporting, segundo consta. O propósito do colectivo explica-se através do seu manifesto, que pode ser lido aqui; «está no princípio de tudo a subversão dos valores culturais pios», uma subversão que passa por estes registos que se enumeraram e por vários outros, sem contar com os que devem estar para vir. Está a nascer e a crescer algo de novo e isso é óptimo. Tão óptimo quanto o que por aqui se ouve. Se são amantes do lado mais ruidoso da vida, não se acanhem de espreitar este Bandcamp.

Paulo Cecílio
pauloandrececilio@gmail.com

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