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Dolphins Into the Future no Museu do Chiado. Hoje.
· 19 Jul 2012 · 16:16 ·


É certo que todo o reaproveitamento oportuno/oportunista da new age numa continuidade pós-Skaters veio a revelar alguns dissabores, pela sua ligação cínica aos valores, mais ou menos discutíveis, que o "género" tende a preservar. Embustes que faziam das premissas mais cósmicas ou sonhadoras meio para um rehash vazio, sem a patine necessária para algo mais perene. Lieven Martens sempre se elevou acima de quaisquer condições pós-modernas ou meramente referenciais. Com sede na Bélgica, e responsável pelas editoras Cetacean Nation Cassettes e Dreamtime Taped Sounds, Martens tem vindo a construir enquanto Dolphins Into The Future um painel impressionante (ou impressionista) com a determinação visionária dos grandes.

Embrenhado num campo de abstracção contemplativa, Martens faz uso de sintetizadores, maquinaria analógica e gravações de campo - ondas, aves e demais sons de ideologia new age - com vista à criação de paisagens vivas. Lançado este ano, Canto Arquipélago trata-se de uma demanda do próprio para encapsular o ambiente mais recluso e luxuriante da natureza açoriana. Mais um trabalho respeitável de uma discografia imponente espalhada por inúmeras cassetes e lp´s ao longo dos últimos anos. Depois de duas celebradas passagens pelo país, Martens regressa hoje aos jardins do Museu do Chiado, para apresentar um novo trabalho intitulado Seven Dances for the Lava Stone, que nas suas próprias palavras se trata de "um showcase de vários "rituais" a interpretar a respiração, o fogo disparado e os movimentos fluídos dessa entidade". Momento de elevação telúrica, a acontecer pelas 19:30h e com entrada livre.

Bruno Silva
celasdeathsquad@gmail.com

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