ÚLTIMAS
Está a chegar o SEMIBREVE; uma enchente de electrónica da boa em Braga
· 27 Out 2011 · 00:04 ·


Está a aproximar-se muito rapidamente a primeira edição do SEMIBREVE, o festival de música de electrónica que leva a Braga uma verdadeira constelação de estrelas da especialidade, entre novos valores. No dia 10 Novembro, no Mosteiro de Tibães, há palestras e debates que contam com Hans-Joachim Roedelius, Taylor Deupree, Stephan Mathieu, Vitor Joaquim e Tony Herrington. No dia seguinte, já no Theatro Circo, há Qluster + Luma.Launisch, Taylor Deupree + Stephan Mathieu e Jon Hopkins. No dia 12 de Novembro, no Theatro Circo o menu apresenta Fennesz, Blac Koyote e Alva Noto. A fechar, ainda no Theatro Circo, Vitor Joaquim e Murcof + Anti VJ. Preços dos bilhetes? Para
3 dias para Sala Principal e Pequeno Auditório são 20 euros, para 3 dias para Sala Principal apenas são 15 euros, para 1 dia para Sala Principal são 10 euros. Ao preço da chuva, portanto. Para perceber melhor como se chegou ao SEMIBREVE e para onde este quer ir, fomos falar com Luís Fernandes, um dos responsáveis pelo SEMIBREVE. Para ler enquanto uma semibreve pisca o olho.



Como nasce a ideia de criar este festival em Braga? Foi difícil concretizar o SEMIBREVE?

Na génese do festival esteve a vontade de um grupo de pessoas, que posteriormente veio a constituir a organização, em criar um festival que se orientasse para a música electrónica mais vanguardista. Esta ideia era justificada por diferentes perspectivas. Para além de ser uma corrente musical pouco divulgada por cá consegue manter muitos pontos de contacto com alguma da actividade académica que tem vindo a ser desenvolvida na Universidade do Minho nos últimos anos através de entidades como o Departamento de Sistemas de Informação e o Centro de Computação Gráfica. Pareceu-nos um casamento quase perfeito de universos próximos. O facto de Braga ser Capital Europeia da Juventude em 2012 ajudou a que as possibilidades de um festival deste cariz tomar forma aumentassem significativamente. A sua concretização foi relativamente rápida, embora bastante exigente e trabalhosa para todos os membros da organização. Foi uma nova e muito rica experiência para todos.

Quais são as maiores barreiras à organização de um festival deste tipo? Têm sentido apoio da cidade e das suas estruturas?

Penso que as barreiras deverão ser as mesmas que qualquer tipo de festival de qualidade enfrenta. Assegurar que todos os requisitos para a realização do festival são cumpridos é uma tarefa muito exigente, que envolve engenho e até algum sacrifício pessoal. O facto do festival versar sobre uma corrente musical mais exploratória leva a que muitas pessoas não compreendam a relevância de um evento com um cartaz como o SEMIBREVE e que até o ponham em causa, situação que por vezes dificulta o trabalho. No entanto a nossa perspectiva passa por dar a conhecer o trabalho destes artistas não só ao nicho que habitualmente o procura mas também a um público mais alargado, com pouco contacto com esta esfera musical. Esperamos conseguir "educar" o público e colocar Braga no mapa. Para já temos conseguido imenso destaque na imprensa internacional o que é um motivo de satisfação para a organização e para todas as estruturas da cidade. A vontade e o apoio do Município de Braga e da organização da Capital Europeia da Juventude 2012 foram decisivos para levar a bom porto este evento.

Estão aqui alguns dos maiores nomes da electrónica mundial. Esperam uma recepção do público similar à grandeza dos nomes do festival?

Julgo que a qualidade do cartaz é inequívoca, daí ter suscitado todo esse interesse por parte das publicações mais relevantes da música de vanguarda. Uma recepção similar a essa grandeza seria ver o Theatro Circo esgotar, no entanto estamos cientes que nos dias que correm essa realidade não é fácil de concretizar por questões já sobejamente debatidas. Esforçamo-nos por colocar os bilhetes a preços muito apelativos e a estratégia parece estar a resultar uma vez que as vendas estão a correr bem. Temos a certeza que quem vier não sairá defraudado pois a qualidade dos artistas é elevadíssima.

O SEMIBREVE é para continuar? Vai resistir à crise, ao IVA a 23% e à Capital Europeia da Juventude?

Vamos trabalhar para que isso aconteça mas não estamos em altura de promessas.
André Gomes
andregomes@bodyspace.net

Parceiros