ETC.
DVD
Sex and Fury and Rock ‘n’ roll – Volume 0
V/A
· 08 Fev 2008 · 08:00 ·
Sex and Fury and Rock ‘n’ roll – Volume 0
V/A
2007
Djapango Shoots First
Sex and Fury and Rock ‘n’ roll – Volume 0
V/A
2007
Djapango Shoots First
Hilariante apanhado de actuaçÔes ao vivo revela rude testemunho de um garage rock japonĂȘs Ă  beira da overdose nos seus prĂłprios tiques e condicionantes.
Antes de cuidar dos representantes actuais do rock de garagem que fervilha – a bem ou a mal - a partir de TĂłquio, Ă© crucial esclarecer que quatro japoneses dedicados Ă  reprodução teatral do rock puro colhido Ă s dĂ©cadas de 60 e 70 comporta geralmente muito mais graça do que encontrar igual nĂșmero de poseurs ocidentais subordinados Ă  mesma tarefa. NĂŁo se descobre grande pretensĂŁo Ă  Djapango Shoots First quando, no volume 0 da sĂ©rie - Sex and Fury and Rock ‘n’ Roll, se dedica a registar os sintomas do rock de tendĂȘncia retro praticado em TĂłquio, atravĂ©s da cedĂȘncia de sensivelmente 9 minutos de antena a cada uma das bandas enquanto activas no seu habitat natural, o palco – tribunal soberano quando respeita a ditar quem vale ou nĂŁo no gigantesco circo rock.

Dito isto, aponte-se que tentar abordar as dez bandas presentes em Sex and Fury and Rock ‘n’ Roll a partir de uma perspectiva que nelas tente identificar inovação artĂ­stica Ă© um exercĂ­cio quase tĂŁo fĂștil como procurar talento na ficção nacional dirigida ao pĂșblico televisivo infantil e juvenil. Melhor Ă© dividir as coisas entre o puro gozo, proporcionado pelas bandas centradas na exibição de dotes excĂȘntricos, e a relativa seriedade imposta pelas candidatas ao panteĂŁo rock internacional ocupado pelas Shonen Knife e The 5. 6. 7. 8’s (predilectas de Tarantino) - com o bĂłnus sempre apreciĂĄvel de aos Ășltimos pretendentes se denotar por aqui maior preocupação na selecção da roupa a envergar em palco (pontos extra de estilo para a camisa justa e chapĂ©u de angorĂĄ da baixista das That’s a No No!).

Boas notícias para os nostålgicos de Dragon Ball (nos quais me incluo): Krilin, o fiel amigo de Goku que era facilmente identificåvel pela sua calvice precoce, encontra-se bem vivo e ocupa actualmente as funçÔes de fenómeno energético à frente dos Brazil UFO (que nada seriam sem o estardalhaço do seu líder). Para mais definida visualização, imaginem um Krilin de fio-dental entalado entre as nådegas tonificadas que, apenas com a tardia idade de 40 anos, descobriu que queria ser o Iggy Pop, sem, mesmo assim, deixar de parecer um monge budista consumido pela rebeldia que coincide com o surgimento do acne. O DVD oferece resposta substancial para a curiosidade que isso possa gerar, podendo também um breve assalto ao You Tube servir a dose mínima de aperitivos.

O documento nipĂłnico nĂŁo se fica por aĂ­ em termos das pistas que oferece a quem possa estar interessado em adoptar uma nova bizarria-fetiche (jĂĄ me decidi pelos Brazil UFO). O impensĂĄvel torna-se viĂĄvel quando os Ecodamned correspondem exactamente aos White Stripes reencarnados no corpo de um zangĂŁo e de uma abelha-mestra que produzem fuzz encardido em vez de mel. Mais grave Ă© a preocupação que gera o vocalista dos Kegawa no Maries, espĂ©cie de tributo psicotrĂłpico dos Rolling Stones, quando se defende do impacto de um riff com os braços cruzados em “x”, ao jeito de lutador de Mortal Kombat. AlguĂ©m, por acaso, sabe o nome e nĂșmero do equivalente ao INEM em TĂłquio?
Miguel Arsénio
migarsenio@yahoo.com

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