Sentiste alguma vez que escrever o segundo disco poder-te-ia levar a um bloqueio criativo? Alguma vez temeste a dificuldade secular de chegar ao segundo disco?
Sim, claro. Aliás as duas primeiras semanas foram angustiantes. Não sabia por onde ir e tinha o peso de o meu primeiro disco ter corrido bem. Temi durante algum tempo que já não tivesse mais nada para dizer. Depois deixei-me disso. Deixei-me ir, deixei as imagens e frases aparecerem e as canções começaram a nascer. Se Deus quiser ainda farei muitos discos, daà relativizar o segundo.
O dia em que terminaste o disco, em que deixou de depender de ti; lembras-te desse dia como um dia feliz ou um dia tenso, levemente angustiado?
Humm... Tudo o que me ocorre parece-me demasiado lamechas, portanto vou optar por imaginar o Poirot com o seu andar único a caminhar por uma praia com mar das CaraÃbas ao som do “It´’s a Honeymoonâ€. Pode ter vestida uma camisa com flores.
Alguma vez deixas que as tuas canções sejam muito Ãntimas? Alguma vez sentiste que podiam ser demasiado Ãntimas e tiveste de voltar atrás?
Acho que não penso muito sobre isso. Vou escrevendo aquilo que me aparece e acho que as letras são uma grande mistura de coisas, pessoas, histórias, sensações, não exactamente algo concreto sobre mim. Mas não me aflige a intimidade exposta musicalmente.
Já pensas em novo disco? Como combates a ânsia de lançar um disco após o último?
Sim penso, aliás quase mal tinha saÃdo o disco e já estava com ideias de fazer músicas novas. Os concertos acalmam essa ânsia porque as canções começam a ganhar nova vida ao vivo e isso preenche o lado criativo por algum tempo.
Há alguma coisa que gostasses mesmo muito de dizer neste momento que eu não te tenha perguntado? Algo urgente?
É um bocadinho tarde e se me dás licença vou-me retirar porque sou uma rapariga madrugadora.