Bem, eu comecei a tocar piano desde os 3 anos de idade. Na altura em que entrei para a escola preparatória, em que todos tinham de tocar um instrumento durante vinte minutos por dia, a minha mãe escolheu o violoncelo. E agora eu estou contente por ela não ter escolhido flauta ou violino!…
Já trabalhou com Derek Bailey, Carla Bozulich, Nels Cline, Anthony Coleman, Chris Corsano, Sylvie Courvoisier, Mark Dresser, Fred Frith, Miho Hatori, Shelley Hirsch, Susie Ibarra, Lindha Kallerdahl, Eyvind Kang, Andrew Lampert, Miya Masaoka, Raz Mesinai, Min Xiao-Fen, Thurston Moore, Lawrence D. "Butch" Morris, Larry Ochs, Jim O'Rourke, Beth Orton, Zeena Parkins, Marc Ribot, Marina Rosenfeld, Matthew Shipp, Saadet Türköz, John Zorn (roubei esta lista da página do MySpace). Quem foram aqueles que mais a impressionaram, que mais a influenciaram e aqueles com quem mais gostou de trabalhar?
Com que músicos, com quem ainda não actuou, gostaria um dia de tocar?
Bem, adorava tocar con Paul Lytton, Evan Parker, Mats Gustafsson, Dylan Van Der Schyff, Han Bennink, Mazen Kerbaj, entre muitos outros... Tenho a certeza que há imensa gente que eu ainda não conheço mas com quem quererei tocar com eles assim que os ouvir.
O disco Nihm, editado pela Tzadik, foi um marco importante?
Uma vez que focaliza a sua produção musical na improvisação, uma música que vive “do momentoâ€, considera que as actuações ao vivo são mais importantes que os discos?
Não, de todo. Penso que são situações muito diferentes. Quando gravei Nihm estava totalmente consciente da diferença e quis aproveitar as vantagens de estar num estúdio, fazendo coisas que não seriam possÃveis numa actuação ao vivo. Infelizmente tornou-se um handicap quando quis tocar essas mesmas coisas ao vivo, era impossÃvel tocar o álbum ao vivo, nunca o fiz.
Em Londres actuou com Manuel Mota e Chris Corsano, no festival Atlantic Waves. Como conheceu o Manuel Mota? O que poderemos esperar dos vossos próximos concertos em duo?
Normalmente tento não pensar nesses termos, mas sim… julgo que há algo diferente quando actuo só com mulheres. Recuso chamar-lhe mais sensÃvel, mas julgo que há uma forma diferente de sensibilidade que nós mulheres partilhamos.
Ikue Mori, Nguyên Lê ou Otomo Yoshihide são alguns dos músicos que ultimamente têm tido alguma visibilidade internacional… Poderemos considerar a existência de uma cena free/improv asiática?
Embora isto seja habitualmente considerado um exercÃcio fútil, poderia nomear alguns dos discos que levaria para uma ilha deserta?
Oh, acredite ou não, não conheço assim muita música, deveria perguntar-me antes que filmes levava… Se tivesse mesmo de ser, provavelmente levava alguns discos de Ligeti, Bartok, Jimmy Giuffre, Bernard Herrmann, Berio, Jerry Goldsmith, Monk, Boulez… não sei bem, espero que nunca tenha de fazer essa escolha!…
Então e que filmes levaria?
Bem, cinco filmes… Não são necessariamente os melhores filmes de sempre, mas os filmes que posso estar sempre a ver: Singin' in the Rain, Once Upon a Time In the West, The Third Man, The Apartment, North by Northwest.
E em que filmes gostaria de incluir a sua música na banda sonora?
A maioria dos filmes que adoro normalmente já tem música fabulosa!…
Para acabar: onde quer estar e o que quer estar a fazer daqui a vinte anos?
Espero continuar a fazer música… espero já ter viajado por muitos paÃses, ter conhecido imensa gente e músicos fantásticos… ter feito muitos bons amigos… ter provado todas as delÃcias do mundo… ter visto o maior número de filmes possÃvel… e talvez criar um pequeno espaço para apresentar de música experimental e filmes em Nova Iorque… estou a adorar cada momento…