ENTREVISTAS
Cícero
Fica bem aí
· 10 Dez 2013 · 00:29 ·
Canções de Apartamento é um grande título para os nossos dias. Estão por todo o lado. Tudo se passa no apartamento. Cícero também é um grande nome, para os nossos dias e para os dias de outros. Cícero Rosa Lins dispensa o que está para lá do primeiro nome e fica-se pelas três sílabas. Lançou este ano Sábado, a esperada sequência do tal registo doméstico que tantas esperanças criou. Enviámos-lhe uma série de perguntas por e-mail antes da estreia do jovem de 27 anos em Portugal. Depois da primeira presença em Lisboa, Cícero vai estar no Centro de Artes Visuais, em Coimbra, na sexta-feira, e no Auditório de Espinho no próximo sábado.
Gostava de colocar algumas perguntas para saber quem és. Onde nasceste? Onde cresceste?

Nasci e cresci no Rio de Janeiro, mais especificamente em Santa Cruz.

Como começou a tua ligação à música?

Meu pai tocava violão em casa quando eu era criança. Comecei brincando com o violão dele.

Fora a música, trabalhas? O que te interessa em geral?

Desde 2012 só trabalho com música. Me interesso por muitas coisas, a maioria delas relacionadas a música ou poesia.



Como foi o processo até lançares Canções de Apartamento?

Caseiro. Gravava sem compromissos as idéias e esperava que elas se mostrassem prontas, sem prazos. Assim como no Sábado, no Canções de Apartamento eu usei apenas a satisfação pessoal como norte do processo.

O que mudou depois disso?

Vejo melhor minhas características artísticas e humanas nos discos. Serve como um mapa da minha personalidade e me aponta novos interesses. Descobri a diversão de fazer discos nesse movimento de busca pela satisfação pessoal na obra em si.

Agora que já lançaste um segundo álbum já te sentes parte da nova Música Popular Brasileira (MPB)?

Pode se dizer que sim.

A sigla não é redutora do que fazes?

Se compreendida como uma estética sonora ou como uma fatia de mercado, sim. Se compreendida como a leitura de um jovem brasileiro a fazer música popular, não.



Houve uma decisão de fazer um segundo álbum mais experimental, de alguma forma, e “menos afável”? Disseste que era mais “áspero”. Porquê?

Eu vi que minhas vontades pessoais iam em busca de novos processos de gravação, novas harmonias, novos arranjos, outras letras, outros timbres, outras interpretações. Eu apenas me permiti fazer isso como forma de me sentir feliz com o ofício.

Porquê o título Sábado?

Se relaciona com o disco como um todo. Em todos os momentos dos 30 minutos de disco o título faz sentido.

Como está a correr a reação ao disco em comparação com Canções de Apartamento?

Houve um estranhamento normal pelo segundo disco ter a expectativa de se relacionar com o primeiro como uma espécie de explicação das suas intenções.
Tiago Dias
tdiasferreira@gmail.com
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