ENTREVISTAS
Da Chick
Give up the funk
· 17 Jul 2012 · 19:02 ·
Da Chick é Teresa Freitas de Sousa. Lançou-se no mundo da música apenas há três anos, sendo este projecto, Da Chick, a sua primeira revelação na área. Desde logo acolhida de braços abertos pela editora Discotexas, de Moullinex e Xinobi, começa a ganhar o seu espaço na música electrónica ao vencer o Optimus Live Act, ao partilhar o palco com Peaches e ao gravar canções com Cavaliers of Fun e Memória de Peixe. Em 2012 lança finalmente o primeiro EP, Curly Mess. “Cocktail” e “I say” são duas músicas num álbum repleto de nostalgia funk tingida de nuances disco onde as bolas de espelho e as coreografias colectivas não conseguem escapar do imaginário. As linhas de baixo, as palmas ao sabor do ritmo ou os ecos vocais não me deixam mentir. Da Chick faz o que lhe apetece, diz o que lhe apetece e vai onde lhe apetece. Por isso é que podem contar com ela no Milhões de Festa, sozinha e acompanhada, já na próxima sexta-feira.
Da Chick foi o teu primeiro passo no mundo da música?

Yup!

Como te juntas à Discotexas?

Todo o trabalho que fiz até à Monsta foi algo que ia fazendo, produtores com quem ía trabalhando, ideias que iam surgindo, que rapidamente iam parar ao youtube ou ao soundcloud. Mas senti uma necessidade de, para já, definir melhor a Da Chick enquanto sonoridade e depois editar um ep, bem pensado e bem produzido. O passo seguinte foi pensar quem seria o produtor que me iria entender e tornar isto tal e qual como eu sonhei. Aí entra a discotexas crew, aka Moullinex e Xinobi. Entrei em contacto com eles e rapidamente obtive bom feedback e vontade, e mais tarde chegamos à conclusão que faria todo o sentido o Curly Mess ser editado pela Discotexas (label). Mais tarde convidaram-me para me juntar à banda da editora The Discotexas Band.

Como trabalhas em Da Chick? Explica-nos um pouco do processo de criação e composição...

Da Chick é sobretudo um apontar de ideias e coisas espontâneas que me lembro, tomo nota e algumas desenvolvo. Gosto muito de escrever e nunca percebi porquê, em inglês. A partir daí é começar a dar vida às letras, às histórias, criando melodias, ritmos e gravando tudo isso.


Além das tuas influências, onde procuras inspiração para tamanho groove?

Não querendo parecer, whatever... está dentro de mim. I feel it man!

O que é essencial reter do EP Curly Mess e da tua música no geral?

Que é o início de uma longa viagem sem destino certo. Eu estou muito satisfeita com a música que estou a fazer e com as pessoas que me apoiam nesse processo. Now, may the groove be with me!

Em live act, o que se transforma?

Eu transformo-me certamente! E toda a festa se transforma. Gosto de ver sobretudo as pessoas que claramente não iriam abanar o booty nessa noite, but guess what? They do! O live act, é uma das minhas partes preferidas deste processo, porque estou a 100% e o que vêem ali é Da Chick e nothing but Da Chick. É sempre uma festa!

Tens tocado regularmente ao vivo. Sentes já algum feedback por parte do público e da crítica?

Sim, sem dúvida e é uma sensação deveras agradável. Sobretudo depois dos concertos, o pessoal tem sempre algo de positivo a dizer, uns mais alterados, outros mais sóbrios, mas todos válidos. E eu sinto-me confiante com o meu trabalho, que para mim se converte em atitude.

Lanças o EP em 2012 e no espaço de um ano, alinhas com Memória de Peixe, gravas alguns videoclips e és convidada a tocar no Milhões de Festa. Como acontece isto tudo?

Bem na verdade, até à release do Curly Mess já tinha algum trabalho feito e já dava alguns concertos. Da Chick já existia há 3 anos e foram 3 anos muito importantes, que me trouxeram até aqui. Foram 3 anos de descobertas e de participações com outros músicos. Surgiram oportunidades como Cavaliers of Fun e Memória de Peixe, que de certa forma fizeram parte da minha evolução. E as coisas acontecem quando tomamos as decisões certas e sobretudo quando nos mexemos, fazemos os outros se mexerem e fazemos o que queremos. O Milhões vai ser demais porque diz que vou cantar em 4 bandas. Da Chick, The Discotexas Band e participações em Memória de Peixe e Savanna. Vai ser interessante.


Estiveste em Paris há pouco. Como foi tocar lá fora? A internacionalização está nos teus planos?

Foi très chic(k). Às vezes o tocar fora faz-nos bem, porque o reconhecimento lá sabe sempre um pouco diferente. As pessoas não conhecem, mas curtem e aderem automaticamente. A internacionalização é o meu futuro.

Se tivesses a oportunidade de partilhar o palco com um qualquer artista, quem escolherias?

Morto, James Brown. Vivo, Erykah Badu.

O que é isso de ser freak?

Ser freak é fazer o que me apetecer, dizer o que me apetecer e ir onde me apetecer.
Alexandra João Martins
alexandrajoaomartins@gmail.com

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