DISCOS
Daily Misconceptions
Our Little Sequence Of Dreams
· 04 Mai 2016 · 22:12 ·
Daily Misconceptions
Our Little Sequence Of Dreams
2016
Zigur Artists


Sítios oficiais:
- Daily Misconceptions
- Zigur Artists
Daily Misconceptions
Our Little Sequence Of Dreams
2016
Zigur Artists


Sítios oficiais:
- Daily Misconceptions
- Zigur Artists
Uma caixinha de música, uma banda-sonora de sonhos.
Sonhar com cheiros. É possível? Não sabemos. E com música? Possivelmente. E uma banda-sonora de sonhos? Daily Misconceptions é a prova que sim.

Minimal não repetitivo, espectro de sons retirados de um qualquer caleidoscópio musical por inventar, assim é ou assim pode ser Our Little Sequence Of Dreams. Se o nome das músicas nos podem levar a imaginação para uma estética retirada à arte contemporânea onde o que conta, não raras vezes, é o manifesto que acompanha a obra ou título que ela carrega, veja-se o exemplo de “Little Grains of Rice Running Away From A Plate In Fear Of The Chopsticks” ou de “They Climbed A Mountain Searching For A Tree” que poderiam ser confundidos com uma qualquer legenda (sim artistas contemporâneos, aquilo que colocam debaixo de um quadro ou ao lado de uma instalação não passa de uma legenda) a pender para o pretensioso, aqui não o são de facto, aqui são portas que abrem a mente a um universo quente e pacifico. Música que faz bem.

Sete músicas, sete paisagens do melhor dreamy pop alimentado a electrónica bem calibrada que Portugal pariu. De “End Of A Summer”, verdadeira primeira música que, ao contrário do que o nome sugere, não entristece até à magnífica “They Climbed A Mountain Searching For A Tree”, música que nos dá, ainda que por instantes, o sentido de infinitude, sem deixar de lado “Sundays Are Extended Emotional Landscapes”, o álbum corre sereno e forte como um pincel que deixa a marca da tinta sobre a tela, sereno e forte como o sonho de uma noite de verão.

Nos sonhos não entramos em tecnicalidades vãs, deixamos correr, apenas… Aqui sente-se o mesmo. Pequenos sons em dança lenta, por isso sedutora, e coordenada, a fazer lembrar o movimento das constelações, saem das máquinas de João Santos e daí até serem brisa leve ou criatura de fantasia, o passo é pequeno, tão pequeno como sermos embalados pelo som de uma caixinha de música, neste caso, uma caixinha de música cheia de sonhos.
Fernando Gonçalves
f.guimaraesgoncalves@gmail.com
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