DISCOS
D'Alva
#batequebate
· 30 Set 2014 · 16:24 ·
D'Alva
#batequebate
2014
NOS Discos


Sítios oficiais:
- D'Alva
- NOS Discos
D'Alva
#batequebate
2014
NOS Discos


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- D'Alva
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O pior disco que ouvirão este ano.
Tenho para mim que o Alex D'Alva Teixeira é um dos últimos verdadeiros. Não só pela postura que tem em palco, onde é daquele género de tipos que faz a puta da festa e apanha as canas todas, seja com um coro - como no Alive - ou não - como no Alive -, mas também porque sempre que me encontro com ele na rua, num concerto, num festival, é dos gajos mais simpáticos e tranquilos que existe à face deste planeta, para além de rivalizar com a Miley Cyrus no que toca a dar tudo numa conta de Instagram. É uma espécie de filho da bondade e da Internet, uma aliança que à partida seria de estranhar.

Isto para dizer que #batequebate é exactamente igual ao seu autor: um disco juvenil e jovial, ancorado em memórias pop passadas repintadas de fresco onde abanar o rabiosque é o mote primário, sintetizadores eighties e uma carga salutar de hip-hop (e não se fala só da presença da Capicua numa das faixas). Orelhuda como poucas, logo a abrir, "Frescobol", onde o título do disco é repetido sem cardinal à frente, antes de entrar um saxofone gostoso ali no último terço da canção. Da voz emana a alegria de um puto que não deve nada a ninguém. E porque haveria de assim ser?

#batequebate é um disco tão divertido que nem dá para cumprir o que havíamos planeado, eu e ele; não dá para escrever mal e arranjar já aqui um beef desgraçado que acabaria em duas pessoas, uma mais bonita (ele, claro) que a outra desnudos em cima de um palco a silabar qualquer hit Eurodance perante uma plateia de acólitos da Internet da qual ambos somos fãs. Por isso, o título desta "crítica" é enganoso. Não é o pior disco - longe disso - deste ano, também não será o melhor, mas são quarenta minutos e dez canções de recreio que, e estará aí o seu único defeito, não fazem juz àquilo que é um concerto dos D'Alva. Haverá sempre um sorriso enorme nas caras de quem ouve uma dica como Haters mandam ódio mas em três tempos dançam na pista, não só porque se acha piada ao pastiche de arrogância hip-hop, mas porque é inteiramente verdade. Até o crítico mais acérrimo não consegue ficar indiferente ao moço num espectáculo ao vivo. #batequebate acaba mais por ser, assim, um cartão de visita banhado a ouro de uma das grandes revelações do Portugal de 2014. Se ele estiver perto das vossas zonas não hesitem. E mandem-lhe um abraço da minha parte.
Paulo Cecílio
pauloandrececilio@gmail.com

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