Originário da Suécia, este trio reúne Hans Nyman (nas guitarras eléctrica e acústica), Johannes Nästesjö (no contrabaixo) e Peter Nilsson (na bateria). Os músicos não são particularmente conhecidos, mas o contrabaixista Nästesjö tem desenvolvido um currículo interessante, tendo já tocado com músicos como Agustí Fernández, Tom Chant, Ramon Lopez e Joe Morris, entre outros. O baterista Nilsson também tem acumulando experiência ao actuar com Lotte Anker, Raoul Björkenheim, Paul Bley, Eugene Chadbourne, Tony Malaby e Bobo Stenson, entre outros grandes. Já o guitarrista Nyman conta com um CV menos amplo, mas será dos três aquele que aborda campos musicais mais vastos, indo da folk até à música contemporânea.

O trio desenvolve uma música aberta, improvisada, que parte de composições gráficas. Contudo, esse é apenas um ponto de partida, para uma música que fluiu em liberdade. As peças são curtas, variando entre os dois e os cinco minutos de duração, mas essa brevidade não impede o trio de explorar diversos ambientes em cada tema. Apesar da improvisação estar ligada proximamente ao jazz, aqui essa ligação é quase inexistente, o trio opta por desenvolver um som mais abstracto.

Com poucos pontos de contacto com outras linguagens, a improvisação deste trio evita uma faceta orgânica, preferindo seguir por um caminho mais sujo, com pontuais incursões “noise”. Nem sempre o trio mergulha na penumbra e há momentos em que a união instrumental se deixa levar pela melodia, daí nascendo momentos de perfeita claridade - como acontece ao oitavo tema, “M 3:3”. Entre o feedback controlado da guitarra, o baixo atípico e a percussão imprevisível nasce uma música inclassificável, fora de série.