DISCOS
Neon Neon
Praxis Makes Perfect
· 20 Jun 2013 · 10:28 ·
Neon Neon
Praxis Makes Perfect
2013
Lex Records / neonneonofficial.tumblr.com


Sítios oficiais:
- Lex Records
Neon Neon
Praxis Makes Perfect
2013
Lex Records / neonneonofficial.tumblr.com


Sítios oficiais:
- Lex Records
*suspiro*
In your eyes I see a franchise, canta Sabrina Salerno em "Shopping (I Like To)". Muito provavelmente, é nisso que terão pensado Gruff Rhys e Boom Bip no preciso momento em que lhes passaram pelos ouvidos toda a new wave e posterior pop dos anos 80; numa altura em que já não se vendem tantos discos, nada como das às pessoas algo com que se poderão identificar imediatamente, certo? Praxis Makes Perfect é isto: uma colagem desesperada ao som antigo igual a tantas outras. O problema é que é minimamente bom, orelhudo e estaríamos a tecer-lhe loas se no CD dissesse 1983 e não 2013.

Segundo disco da colaboração nascida do vocalista dos Super Furry Animals e do produtor de hip-hop, Praxis Makes Perfect toma a figura de um homem pré-histórico que se nos apresenta com uma roda nas mãos gritando chamem-me génio! sem perceber que, à sua volta, já toda a gente tem jetpacks. Sintetizadores ao estilo Moroder, uma cópia em VHS do Regresso ao Futuro a ecoar ao fundo, em loop, e algum apelo kösmiche para enganar os mais incautos. Posto isto, só o temos a criticar por ser um gigantesco anacronismo (ou por nos fazerem perder tempo com isto em pleno Junho de 2013), já que as canções se entranham...

...tendo como exemplo logo a segunda faixa: "The Jaguar", synthpop simpática com o grau adequado de funk que nos traz à cabeça Twin Shadow - mas em bom -, groove mínimo marcado pela máquina. E logo de imediato "Dr. Zhivago" a prosseguir a mesma toada. Pelo meio, referências ao comunismo e ao consumismo - já que Praxis Makes Perfect é, acima de tudo, um retrato musical do activista Giangiacomo Feltrinelli, tal como Stainless Style o era de John DeLorean -, aulas de história para fazer dançar ou vice-versa. Pense-se nele como um disco para quem tiver a mínima paciência.
Paulo Cecílio
pauloandrececilio@gmail.com

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