Quem olha para Alex Winston não é capaz de imaginar que esta rapariga com ar fofinho já abriu concertos para um gigante como Chuck Berry. Quem a ouve também não - na sua música não existe qualquer perigosidade rock n' roll, qualquer afro-americanice sexual ou sequer riffs que perdurem décadas, séculos, milénios. Existe pop de cariz independente e semi-dançável, charme Beach House ou Lykke Liismos sem a graça da nórdica. King Con é isto, um bom disco que daqui a pouco será esquecido porque a máquina está oleada mas cansa-se depressa.

"Fire Ant" puxa logo à partida, canção bonita que começa numa dance-pop normal e depressa se desvia para algo estranhamente burlesco (Man Man?), andando nesta guerra durante algum tempo. Cause ants like you are all the same..., refrão pegajoso que depois dá seguimento a "Velvet Elvis", número tropical mas que não faz girar a anca da forma que o rei do rock faria, a não ser que estejamos a falar dos miúdos indie que colocam sobre a mesa nomes como Foals e Passion Pit e pedem incessantemente que alguém os traga ao Mexefest ou a Paredes de Coura ou ao Alive (nada contra, mas tornam-se quase tão irritantes quanto a estirpe pseudo-metaleira. Adiante).

Enquanto disco de estreia King Con tem todos os ingredientes necessários para fazer de Alex Winston um nome a seguir, pelo menos neste panorama da pop Pitchfork dedicada a miúdos que acham o R&B demasiado mainstream. Para os outros há a promessa de quarenta e poucos minutos de alguma diversão; ou, se nos contentarmos com pouco oriundo de algo, existe o órgão maravilhoso de "Rum Rumspringa" e um certo espírito natalício ao longo das suas doze canções. A época aí está e é a melhor para o ouvirmos.