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Free The Robots
Free The Robots Vol. 2 EP / Vol. 3 EP
· 29 Nov 2012 · 15:25 ·
Free The Robots
Free The Robots Vol. 2 EP / Vol. 3 EP
2012
Elsewhere Studios


Sítios oficiais:
- Free The Robots
- Elsewhere Studios
Free The Robots
Free The Robots Vol. 2 EP / Vol. 3 EP
2012
Elsewhere Studios


Sítios oficiais:
- Free The Robots
- Elsewhere Studios
É p'ró menino e p'rá menina.
Em 2003, Chris Alfaro, inspirado pela muita música que ouviu e ouvia, e cansado de se limitar a tocar em bandas e a compor beats para rappers, assumiu uma identidade que é, igualmente, um sinal de militância: há que libertar os robôs da prisão em que estiverem, destruir os grilhões que os prendem, emancipá-los da raça humana. Não só os robôs como as cabeças, através dos ritmos hip-hop e dos samples de jazz e prog com que imbuiu os temas do primeiro EP sob esta designação, homónimo, lançado em 2007.

Ctrl Alt Delete, o álbum de estreia, seguia um rumo completamente diferente - e sensaborão - ao pegar no dusbtep enquanto ferramenta de experimentalismos, um resultado que, para quem conhecia o trabalho anterior e havia ficado viciado no groove do californiano, deixou um enorme amargo de boca. Esqueçamo-lo por completo, como se nunca houvera existido; até porque estes dois EPs recentes regressam à origem, à IDM que nos tinha conquistado em primeiro lugar. Talvez uma forma de homenagear os quase dez anos de carreira de Free The Robots, Vol. 2 e Vol. 3 consistem em temas resgatados ao passado, sob novos edits e mixes, para além de algum material exclusivo.

Assim voltamos à magia de coisas tal qual "Moonchild", dos King Crimson, anteriormente apenas editada numa demo de 2005 e que é aqui (re)transformada, ou a uma mix de "Diary", oriunda de uma das melhores canções que os Moody Blues já escreveram. Há que sobretudo voltar a acreditar: Vol 2. e Vol. 3 não se perdem em sentidos futuristas bacocos e absurdos, preferindo concentrar-se no essencial - o ritmo enquanto motor de expansão para novos mundos. Voltamos a apaixonar-nos pelos graves de "Purple Cadillac", malha funky de sentido oposto ao cérebro (a anca, claro está) e pelo sambinha de "Soul Cal", desaguando em "Everything Is Fine" que é, igualmente, aquilo que gostaríamos de poder de dizer a Alfaro: está tudo bem, nós perdoamos-te aquela coisa. Os robôs unidos jamais serão vencidos.
Paulo Cecílio
pauloandrececilio@gmail.com

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