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HEALTH
Get Color
· 10 Dez 2009 · 00:29 ·
HEALTH
Get Color
2009
Lovepump United / Nuevos Media


Sítios oficiais:
- HEALTH
- Lovepump United
- Nuevos Media
HEALTH
Get Color
2009
Lovepump United / Nuevos Media


Sítios oficiais:
- HEALTH
- Lovepump United
- Nuevos Media
Disco excitante que pode muito bem tratar da saúde a muitos doentes de saudosismo "shoegazer".
2009, o saudosismo “shoegazer” tem cura. Com um tratamento que surpreendeu todos os diagnósticos reservados. A tranquilidade etérea do rock mais “shoegazer” pode continuar a ser etérea com uma dose brutal de mais energia, mais velocidade, mais nervo. Esta conclusão é fruto da investigação dos laboratórios do The Smell, seminal espaço de concertos da improvável solarenga e algo lavada cerebralmente Los Angeles, capela actual de uma das mais prolíficas epidemias nos Estados Unidos – bandas de noise, retro-shoegazer, retro-No Wave, lo-fi pop e acima de tudo, para bem de todos nós, também algo de novo.

Dentro desse leque de remédios, temos os HEALTH. Cada vez mais excitantes ao vivo, conseguem reproduzir em disco, como poucos, o que mostram em palco: estados de alma em catarse. Sonoramente materializam o sonho em pura realidade, aliás, dura realidade, em pseudo-lullabyes-noise-pop que nos agridem-acariciam no meio de nuvens No-Wave. Isto era o “core” do seu primeiro LP homónimo. Mas a banda que tocou com Crystal Castles e Nine Inch Nails, consegue aperfeiçoar-se com Get Color.

Deixa a sensação que o fez com muito mais cabeça, tronco e membros, disciplina, há devaneios com sentido, alguns de génio. Neste contexto temos realmente grandes canções onde antes havia mais retalhos explosivos. “Die Slow”, recuperação quase a papel-químico dos obscuros Pale Saints. “Nice Girls” mais Pale Saints com um certo toque Sonic Youth era-Bad Moon Rising. “Before Tigers”, uma das melhores canções do ano que finda, My Bloody Valentine com os Liars numa junção de sonho. “Severin”, MBV outra vez , desta vez a galope de uma percussão e guitarra meio Lightning Bolt, rebocando incansável a torrente de suspiros etéreos e efeminados de Jake Duszik. "Eat Flesh", “We Are Water” quase uma Lydia Lunch com os Teenage Jesus & The Jerks numa festa-ritual de Boredoms que desaba em Jesu. Para acabar , “In Violet”, vivída propulsão Giorgio Moroder deitada em manto "shoegazer". Será "Stargazer"? Impensável mas afinal possível. É esse sabor de re-novidade que torna tão delicioso e saudável este disco, à venda por aí, sem receita médica.
Nuno Leal
nunleal@gmail.com
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