DISCOS
Jay Reatard
Watch Me Fall
· 27 Out 2009 · 14:28 ·
Jay Reatard
Watch Me Fall
2009
Matador / Popstock


Sítios oficiais:
- Jay Reatard
- Matador
Jay Reatard
Watch Me Fall
2009
Matador / Popstock


Sítios oficiais:
- Jay Reatard
- Matador
Fossem muitos artistas tão retardados como este Jay e estávamos todos muito bem, obrigado.
Jimmy Lee Lindsey nasceu num dos sítios mais musicalmente inspiradores do mundo: Memphis, Tennessee. Nascer rodeado de música explica certamente o seu começo ainda adolescente como puto-punk-maravilha em bandas garage rock da fulgurante cena local, sim, porque Memphis não é só Graceland. E foi um projecto seu, entre tantos outros, de seu nome Reatards que lhe deu o nome com que anda a conquistar de há uns anos para cá a solo o “90’s lo-fi lovers world out there”. Gente que ainda hoje ouve com apreço os grandes Guided By Voices, banda que marca muito o trabalho de Jay Reatard, que tem demonstrado e cada vez mais, algum do talento de Robert Pollard a sujar electricamente as melodias de uns Kinks, Buffalo Springfield ou Beatles.

Watch Me Fall, o seu primeiro disco na Matador, começa por ter uma capa tão “reatard” como o nome. Sucede-se ao seu primeiro Blood Visions (isto entre inúmeros EP’s e singles) e segue sem dúvida a linha do horizonte GBV, com a curiosidade da voz de Jay, as letras e atitude muitas vezes nos levarem a também a recordar o grande primeiro álbum (e único realmente de jeito) dos Supergrass. Isso acontece automaticamente ao ouvir o americano Jay Reatard a cantar por vezes com algum sotaque mais “brit” tal como o igualmente ianque Pollard também fazia. Basta ouvir os brilhantes "Before I Was Caught" ou "Man of Steel" para chegar à mesma conclusão.

Voltando à capa do disco, Jay em pose Reatard com ar de “constipated gore death metal next big thing”, isso só adiciona ainda mais humor ao que se descobre interiormente: som que não tem nada a ver com más ondas, rock surpreendentemente bem-disposto que Jay polvilha nesta dúzia de canções sempre a abrir que dão vontade de ouvir mais, mais, mais. Registos velozes como “Can’t do Anymore” que rouba o riff brilhantemente a “Wilderness” dos Joy Division, “Faking It” ou “Rotten Mind”, até coisas mais calmas e pop como o belíssimo épico GBViano “There is No Sun”, talvez a melhor canção de todas, certamente a única triste, e que bom é um bom disco acabar com uma grande canção triste que só nos faz sorrir ainda mais. Um tiro em cheio da Matador Records.
Nuno Leal
nunleal@gmail.com

Parceiros