DISCOS
Friendly Fires
Friendly Fires
· 21 Out 2009 · 13:56 ·
Friendly Fires
Friendly Fires
2009
XL Recordings / Popstock Portugal


Sítios oficiais:
- Friendly Fires
- XL Recordings
- Popstock Portugal
Friendly Fires
Friendly Fires
2009
XL Recordings / Popstock Portugal


Sítios oficiais:
- Friendly Fires
- XL Recordings
- Popstock Portugal
Disco de estreia do trio britânico rende alguns momentos de verdadeira diversão mas fica a sensação de coito interrompido.
Maximizar é a cena deles. No disco de estreia, os Friendly Fires apostam no grande, no cheio, não pouparam esforços nem recursos. São ingleses e gostam de pop de sintetizadores, de funk, de disco, de rock virado para as pistas de dança. E quiseram misturar tudo em duas mãos cheias de canções que andam entre o excitante e o agradável, ficando algures no ar a impressão que a matéria-prima é boa mas que a sua aplicação sofre por vezes da vontade que os Friendly Fires claramente têm de mostrar tudo de uma só vez. Há por aqui muito boas canções, mas também outras que parecem demasiado estudadas e, por isso, pecam por excesso de zelo.

Não vale a pena enganar ninguém: “Jump in the Pool”, a abrir o disco com trejeitos funk sonhadores, percussão tribalista e guitarras fugidias, é o melhor que os Friendly Fires têm para oferecer, o que não quer dizer que o disco fique por aí. Há um trabalho de fundo em Friendly Fires que, quando não é balofo e desnecessário, faz desta banda menos derivativa e mais entusiasmante que os seus pares. Dá para perceber isso em “Jump in the Pool”, na igualmente funky “In the Hospital” ou na musculada “White Diamonds”, sendo esta última um exemplo perfeito do que estes Friendly Fires têm de melhor e pior: o funk e alguma obesidade, respectivamente. E o funk dos Friendly Fires - quando existe - é mêmo bom.

Num disco que pode muito bem ser um bom disco Verão durante os próximos cinco anos, fica a sensação que estes Friendly Fires podem ser tão melhores quanto mais magros se tornarem a nível de recursos. Quando estes ingleses perceberem a diferença clara entre o útil e o fútil – e nem precisam de perder o lado sonoramente sonhador que tanto lhes fica bem – talvez consigam pôr em cima da mesa tudo o que interessa. Estes Friendly Fires precisam, no mínimo, de mais sexo e de mais funk. Mais “Photobooth” e menos “Ex lover”, digamos assim. Mais atitude in your face e menos sentimentos e ensejo épico. Por ora, Friendly Fires é, no mínimo, uma boa companhia para a pista de dança e no máximo, uma mão cheia de belas canções de indie rock dançável dos nossos dias.
André Gomes
andregomes@bodyspace.net
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