DISCOS
Blue Roses
Blue Roses
· 14 Jul 2009 · 12:40 ·
Blue Roses
Blue Roses
2009
XL / Popstock


Sítios oficiais:
- Blue Roses
- XL
- Popstock
Blue Roses
Blue Roses
2009
XL / Popstock


Sítios oficiais:
- Blue Roses
- XL
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Um disco querido dentro de uma certa forma feminina britânica de fazer folk com alguns altos e baixos mas que nos altos sabe sempre a mel.
Blue Roses é o título homónimo deste projecto de Laura Groves, inglesinha de Yorkshire. Com uma voz de anjo e timbres que resvalam aqui e ali para deusas como Kate Bush ou Harriet Wheeler dos Sundays, é por vezes comparada injustamente por alguma media britânica à bem mediana e sua contemporânea Kate Nash. Nada mais falso. Sem nunca atingir a força comercial desta última, que já conseguiu fazer um “Foundations” por exemplo, Laura neste seu disco de estreia demonstra sabiamente que pretende outras coisas. Outros terrenos onde semeia o seu jardim de rosas azuis e inocência perdida.

Por outras palavras, pura folk-pop da boa. Laura não se assume totalmente virada para a conquista das FM, mas sim para intensos mergulhos num dos géneros mais queridos aos britânicos. Música a música, Laura vai exorcizando muitos dos fantasmas deixados pela morte prematura da rainha Sandy Denny, sobretudo num genial segundo tema, “Cover Your Tracks”. E logo a seguir vem o single “I am Leaving” que a prestigiada Pitchfork já tinha considerado um dos “best new music” deste ano. Lullaby movida a acordes felizes e enriquecidos com teclas digitais vintage numa mistura que raras vezes soou tão bem.

E se um descendente de La Palise diz que um disco é genial quando é genial do princípio ao fim, um disco pode ser um grande disco quando tem vários grandes momentos dentro de si. Exactamente nesta categorização entra este Blue Roses, porque consegue definitivamente, entre altos e baixos, mais alguns momentos bem geniais de audição para além dos anteriormente referidos. Como assim para o meio do disco, por exemplo, “Coast”, e depois o cheirinho eléctrico a country no surpreendente percussivo final de “Rebecca”. Mas Laura abre o jogo e dá cartas sobretudo no intenso “Does Anyone Love Me Now?”, onde sobre acordes iniciais algures ouvidos num qualquer disco de Gastr De Sol (ou será de Spiro Gyra - não os xunga-progs mas os de 70’s acid folk?). A verdade é que a sua voz plana super-incandescente no melhor tema do disco rebentando enfim em mil pétalas e lágrimas felizes que regam o seu jardim. “Does Anyone Love Me Now?” depois de ouvir à primeira este disco, tem resposta fácil: sim, claro, muita gente certamente.
Nuno Leal
nunleal@gmail.com

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