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Alceu Valença
Casa da Música, Porto
24-/01/2017


Alceu Valença, espécie de lenda viva da música brasileira, trouxe ao palco principal da Casa da Música três discos editados nos anos 70: o clássico maior Molhado de Suor, Vivo, que como o próprio nome indica foi gravado ao vivo, e ainda Espelho Cristalino). Chamou à digressão Vivo! Revivo!. E o título é perfeitamente acertado, considerando a vitalidade actual do músico brasileiro.

Com uma banda muito competente, com grande destaque para o exímio flautista que o acompanhou, Alceu Valença percorreu algumas das canções mais representativas desse seu período de actuação. Em sala bem composta, o brasileiro conseguiu segurar a plateia do primeiro segundo até ao fim do concerto.

Foi um concerto com três velocidades: depois de um início mais acentuadamente rock, Alceu Valença deixou assentar a poeira para vir ao de cima aquele som mais fantasista (como “Papagaio do Futuro”, “Sol e Chuva” ou “O Casamento da Raposa com o Rouxinol”), mais psicadélico, e guardou para o fim alguns dos temas mais conhecidos (mais pop e dançáveis, até), como “La Belle de Jour”.

Dança foi o que nunca faltou, aliás. De quando em vez, de uma forma aparentemente planeada, casais de bailarinos enchiam os corredores da Sala Suggia com danças desenfreadas. E com razão. Apesar da sua idade (já passa dos 70 anos), Alceu Valença está numa forma invejável. E está a “defender” a sua carreira com unhas e dentes.

André Gomes
andregomes@bodyspace.net
15/02/2017