Guia Musical Bodyspace - Nova Iorque
· 12 Abr 2013 · 09:29 ·
As salas de concertos vêm e vão em Nova Iorque com tal rapidez nestes dias, devido a rendas exorbitantes, que me parece difícil manter-me actualizado. Locais antigos e confortáveis como o Tonic, The Bottom Line e o Wetlands, que pareciam que iam ficar aqui para sempre, desapareceram da paisagem da cidade deixando poucos vestígios, mas muita decepção e grandes memórias, sendo suplantados por novos que tentam preencher o vazio de espaços de qualidade para apresentar música nova e desafiante. Aqui está uma lista de clubes actuais que ainda perduram nos quais eu gosto de tocar na cidade, muitas vezes a solo ou com a minha banda, os Gods and Monsters.



Iridium, número 1650 na Broadway, em Manhattan. Um clube de jazz caro e cheio de classe onde o Les Paul dominava as noites de domingo, no ultimo ano eles mudaram bastante para uma programação mais aventureira com guitarristas de rock e jazz em destaque. Servem excelente comida lá também. Le Poisson Rouge, o meu sítio favorito para tocar um Nova Iorque agora, tem uma enorme sala com um excelente som, e uma programação eclética e excelente de avant-rock, jazz, música electrónica, avant-classical, tudo e mais alguma coisa. Tem um pequeno menu para os esfomeados, uma pista de dança e mesas e cadeiras na parte de trás se se quiserem sentar.

O Gershwin Hotel. As sessões das terças-feiras à noite curadas pelo Neke Carson e pelo Michael Weiner na sala acolhedora de Madeira lá ao fundo daquele que é um hotel de arte Europeia proporcionou noites fantásticas e ecléticas com música, poesia, filmes e mais, incluindo tributos à Factory de Andy Warhol, um talk show surrealista da Nina Hagen e um refúgio regular para mim e para o meu trabalho acústico a solo. O sítio, com a sua fachada inconfundível de chifres que saem da frente do edifício, acaba de ser vendido a uma cadeira de hotéis de luxo mas espero que essas sessões continuem.

A Knitting Factory Brooklyn. Uma enorme quantidade de bandas indie ruidosas, algumas conhecidas, outras apenas locais, apresentam-se regularmente nesta formidável e resistente sala de Williamsburg (antigamente chamava-se Luna Lounge). Muitas vezes é casa de algumas bandas com escala nacional e eventos especiais relacionados com multimédia. Há uma parte da frente com atmosfera de bar de desporto e, separada, existe uma sala para música ao fundo. O Bowery Poetry Club. Ouvi dizer que está a mudar-se para uma espécie de sala de burlesco mas durante anos todos todo o tipo de criação musical e poética apresentava-se ali, seguido de hip-hop extático pela noite fora.



City Winery, um local gerido pelo antigo fundador da Knitting Factory original (e vanguardista), é um paraíso para amantes de música mais velhos, requintados e ricos, que podem jantar e ter a sua própria garrafa de vinho personalizada se estiverem dispostos a pagar esse preço. Muitos artistas rock e folk e singer-songwriters tocam lá num palco minúsculo numa sala dedicada maioritariamente à nostalgia. Rock ruidoso e/ou música experimental são coisas estritamente proibidas.

The Slipper Room, acabou de abrir em Williamsburg, alternando burlesco com cantautores que valem a pena espreitar, uma vez que parece que se está a desenvolver uma cena por lá. O Music Hall of Williamsburg, uma enorme sala com boas vistas e uma boa programação com a nata da cena indie rock internacional. Confortável e divertido. The Bell House, bem nas profundezas de Brooklyn, uma sala fantástica com candelabros de cristal. É um dos clubes mais incríveis da zona. Tributos a vários artistas e a figures de culto como as The Shaggs alternam com uma programação eclética e experimental.
Gary Lucas

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