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Churky É

2019
Sony Music Portugal


Churky não precisa deste texto para nada. Ele já tem tudo: ganhou a última edição do EDP Live Bands, tocou no NOS Alive e no Mad Cool, em Madrid, gravou um disco com a Sony, foi entrevistado aqui e acolá e tem uma série de concertos marcados para os próximos tempos. Qualquer coisa que se vá escrever é absolutamente irrelevante: Churky é um winner, e os winners estão-se pouco cagando para o que escrevem os frustrados das webzines.

Assim sendo, não nos resta outra alternativa que não a de nos resignarmos à nossa própria insignificância e falarmos de É, o seu disco de estreia, alumiados por essa ideia de estarmos perante alguém num pedestal, de onde não sairá para comungar com os comuns mortais. Ou então, largarmos todo este parlapiê passivo-agressivo e tratar É como aquilo que, bem, ele é - um disco giro com canções que beneficiam, em muito, dos arranjos que lhes foram dadas.

Que é como quem diz, o que noutra situação qualquer seria monótono e mundano - mais um cantautor a cantar em português e a rimar "calma" com "alma" - torna-se colorido virtude da utilização de sopros, teclas, percussão e outras coisas que tais, alegres e bonitas, a fazer de malhas como "NNN" (obviamente, um hino), "Trepidação" ou "Caramba Né" excelentes motivos para continuarmos a acompanhar a carreira de Churky. Mesmo que não venha a ganhar sempre, que isso é tarefa impossível.


Paulo Cecílio
pauloandrececilio@gmail.com
14/03/2019