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Tamaryn Tender new signs

2012
Mexican Summer


Os discos bonitos enganam sempre. Prometem-nos um mundo de encantos intermináveis, uma paixão de borboletas no estômago e de perder o apetite, loops, botões repeat e tudo aquilo que um bom romance pode proporcionar quando bate forte e fica. Os discos bonitos enganam sempre. E é preciso estar sempre alerta para as suas tácticas de engate.

Às canções de Tender New Signs não lhes falta beleza alguma; à voz de Tamaryn não lhe falta doçura nem apuro; às guitarras que gravitam ao seu redor não lhes falta nem uma pitada de efeitos e feitios. Mas falta quase sempre o wow factor (obrigado Gordon Ramsey); falta acrescentar alguma coisa de fresco; falta convencer; falta o essencial.

Entrar em Tender New Signs é entrar num mundo de beleza. Mas também num mundo de loops, de memórias. De relembrar os My Bloody Valentine, os Cocteau Twins, metade – ou mais – do showgaze. E não é certamente é esse o sabor que Tamaryn quer deixar na boca – salvo seja – de quem decide investir o seu tempo em Tender New Signs. Ou talvez seja? Mas se é não devia.


André Gomes
andregomes@bodyspace.net
26/11/2012